Um vídeo filmado por familiares de Gabrieli Daniel de Souza, de 31 anos, morta a tiros pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35 anos, no domingo (25), em Cuiabá, mostra a cozinha onde ela foi morta com grande quantidade de sangue.
Foram três disparos: um com entrada, saída e reentrada. Todos sangram, sai sangue pela boca, nariz ouvido
Conforme o delegado Edson Pick, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), Gabrieli foi atingida por três tiros de pistola calibre 40, o que, preliminarmente, justificaria a hemorragia.
Um tiro, segundo Pick, transfixou e em seguida perfurou novamente o corpo de Gabrieli. Um outro atingiu a lateral de sua cabeça, o que pode ter ocasionado a fratura na mandíbula dela.
“Pela quantidade de sangue, não [dá para afirmar que ela foi torturada]. Foram três disparos: um com entrada, saída e reentrada. Todos sangram, sai sangue pela boca, nariz ouvido”, explicou o delegado ao MidiaNews.
“Um disparo acertou a região lateral da cabeça, que pode ser o que quebrou a mandíbula. [Mas] isso só com a finalização do laudo de necropsia é que pode ser afirmado”, completou Pick.
No vídeo, é possível ouvir os familiares de Gabrieli questionando sobre o rastro de sangue do banheiro até a sala da casa. “Parece que ou ela veio arrastando, ou ele arrastou ela”, diz a voz de uma mulher.
Suposta tortura
Em um áudio que foi divulgado na internet na quarta-feira (28), a mãe de Gabrieli disse que a filha havia sido torturada e esfaqueada pelo PM antes de ser morta.
“O maxilar estava quebrado, a cabeça afundada de um lado, e tinha um caroço enorme na testa. As costas e os braços tinham golpes de faca”, disse a mãe da vítima.
O delegado não descartou a possibilidade de ter havido tortura e as facadas, mas afirmou que somente o laudo de necropsia da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) poderá constatar os atos.
O crime
O feminicídio de Gabrieli ocorreu no final da tarde de domingo, no bairro Praeirinho, na casa onde o casal residia, e foi presenciado pelos dois filhos deles, de três e cinco anos.
Após matar a esposa, Ricker fugiu em seu Volkswagen Fox, com as duas crianças, e foi até a casa do pai, onde deixou os filhos, a arma do crime, o veículo e seu celular.
Em seguida, ele fugiu e só apareceu novamente horas depois, já na segunda-feira (26), ao se apresentar na delegacia acompanhado do advogado.
Durante oitiva, o PM teria chorado, dito que se arrependia do crime, mas não revelou a motivação.
A pistola utilizada no crime, que havia sido retirada da casa do pai de Ricker pela Polícia Militar, foi entregue momentos depois na delegacia.
O PM foi autuado em flagrante e desde então está detido. O caso é investigado pela DHPP.
Veja o vídeo:
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