O Ministério da Cultura (MinC) e o Consórcio Universitário Cultura Viva lançaram, nesta quarta-feira (2), uma pesquisa para conhecer a situação econômica atual dos Pontos e Pontões de Cultura. O Diagnóstico Econômico da Cultura Viva foi apresentado durante o XIV Seminário Internacional de Políticas Culturais, que ocorre na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. O objetivo da pesquisa é subsidiar ações voltadas à sustentabilidade e geração de renda dessas iniciativas culturais comunitárias.
As informações serão coletadas a partir do formulário preenchido pelos Pontos e Pontões de Cultura até 31 de agosto. Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, esta é uma pesquisa inédita em 20 anos de Cultura Viva. “Teremos, pela primeira vez, um diagnóstico econômico da rede de Pontos de Cultura. Sabemos o quanto esses grupos e entidades são essenciais para suas comunidades, promovendo acesso à cultura, preservando tradições e cuidando dos territórios. Agora, teremos um olhar mais complexo e profundo sobre o quanto essas produções movimentam a economia criativa local”, acrescentou.
O estudo integra frentes de pesquisa e formação desenvolvidas pelo Consórcio Universitário Cultura Viva, formado pelas universidades federais da Bahia (UFBA), Fluminense (UFF) e do Paraná (UFPR), e representa um avanço importante na produção de dados e indicadores para fortalecer a Rede Cultura Viva em todo o território nacional.
“A pesquisa traz a oportunidade de mapear um campo com processos, tecnologias, fazeres e dinâmicas próprias, tudo assentado nas raízes comunitárias e territoriais. O diagnóstico a ser realizado é sobre o espectro e a configuração do que chamamos de Economia Viva”, explicou Luana Vilutis, uma das coordenadoras do Consórcio pela UFBA.
Ao longo de seus 20 anos, a Rede Cultura Viva tem enfrentado desafios relacionados à captação de recursos, à continuidade de suas ações e à sustentabilidade econômica de seus Pontos e Pontões. A ausência de dados sistematizados sobre sua dimensão econômica tem dificultado o diagnóstico preciso sobre a realidade dos territórios e comunidades envolvidas. A partir dos resultados da pesquisa, poderão ser elaboradas políticas públicas específicas para as novas e diferentes demandas dos Pontos de Cultura.
Neste contexto, o Diagnóstico visa gerar evidências sobre temas como fontes de financiamento e modelos de gestão econômica; participação em redes produtivas solidárias; comercialização de produtos e serviços culturais; formas de vínculo profissional nos Pontos de Cultura; infraestrutura, uso de tecnologias e demandas por apoio institucional.
Além disso, a pesquisa contempla as práticas culturais e produtivas de comunidades tradicionais, povos indígenas, quilombolas e terreiros, reconhecendo sua relevância econômica e simbólica nos territórios.
Processo colaborativo e pedagógico
O formulário foi construído de forma colaborativa com Pontões de Cultura estaduais e temáticos, por meio de seis encontros formativos realizados entre janeiro e junho de 2025. Nessas ocasiões, foram debatidos os desafios do mapeamento, a concepção da economia da Cultura Viva e a elaboração conjunta do instrumento de coleta de dados. As contribuições dos Pontões resultaram na qualificação do formulário e na ampliação de sua abrangência, garantindo representatividade e diversidade no levantamento.
#MeuPontoMovimenta
A campanha #MeuPontoMovimenta acompanha o lançamento do Diagnóstico Econômico da Cultura Viva. A campanha tem como objetivo alcançar o maior número de respostas no formulário, além de mobilizar os Pontos de Cultura a integrarem a rede de Economia Viva. Por meio de peças de comunicação, e outros conteúdos informativos, com a colaboração dos Pontos de Cultura, a ação busca ainda ampliar o reconhecimento do papel que essas iniciativas desempenham na geração de trabalho, renda e desenvolvimento local.