O senador Wellington Fagundes (PL) reforçou, nesta terça-feira (22), o time de parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados em um momento de forte tensão institucional.
Com as sessões de comissões suspensas por decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), o parlamentar foi o único senador que participou de uma coletiva de imprensa ao lado de deputados do PL e classificou como grave o cenário político e econômico do país.
É taxação sem acordo; é Bolsonaro perdendo a liberdade de expressão… E as duas casas fechadas?
Fagundes lamentou o recesso parlamentar, que, segundo ele, não condiz com a realidade enfrentada por estados e municípios.
“É taxação sem acordo até agora por parte deste governo, é Bolsonaro perdendo a liberdade de expressão por conta do STF. E as duas casas fechadas? Como assim?”, argumentou Fagundes.
No dia 10 de julho, o senador já havia protocolado ofício pedindo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para que o recesso não fosse concedido.
“O Brasil não pode parar e por isso deixei Mato Grosso, minha base eleitoral, hoje de madrugada e vim a Brasília para dar apoio aos amigos parlamentares da oposição”, afirmou o senador.
Durante a coletiva, Wellington destacou a demora para aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) e disse que jamais poderia ter este recesso sem a votação da Lei de Diretrizes Orçamentária, (LDO).
“Como podemos descansar num cenário desse? Tem escola fechada, posto de saúde sem remédio. Indústrias na incerteza. Quem está na ponta está sofrendo”, criticou.
Sobre a suspensão das comissões na Câmara, determinada por Hugo Motta nesta manhã, Fagundes endossou a fala do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que classificou o ato como “ilegal e antirregimental”. Segundo ele, a medida prejudica ainda mais o papel fiscalizador do Legislativo.
Wellington falou à imprensa que fará uma visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro ainda nesta semana. Ele defendeu o protagonismo de Michelle Bolsonaro como porta-voz neste momento: “Michelle não pode ser calada. Ela representa milhares de mulheres conservadoras. O bolsonarismo está mais vivo do que nunca nos quatro cantos do Brasil”, declarou.
Fagundes era o único senador da oposição na Câmara presente nesta terça- feira e comentou também sobre a votação no Supremo Tribunal Federal, na qual o ministro Luiz Fux proferiu ontem à noite, voto divergente em relação à maioria.
Apesar de sua posição favorável ao ex-presidente Bolsonaro, a decisão da Corte foi mantida pela maioria dos votos. “Ainda há vozes pela justiça e pelo equilíbrio no Supremo, mas o placar continua sendo duro com quem pensa diferente deste governo”, avaliou.