O governador Mauro Mendes (União) avaliou que a ida aos Estados Unidos de uma comitiva de senadores brasileiros, nesta segunda-feira (28), não deve trazer solução para o “tarifaço” do presidente Donald Trump.
O republicano decidiu sobretaxar exportações brasileiras em 50% a partir desta sexta-feira (1º).
Para o governador, a solução deveria ser conduzida pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre (União) e da Câmara Federal, Hugo Motta (União).
“O Trump está brigando com o Executivo e com o Judiciário brasileiro. Quem é o outro poder que não está sob a mira dos americanos? É o Congresso Nacional. Eu acho que o David Alcolumbre e o Hugo Motta, os dois presidentes, é que tinham que se apresentar como representantes legítimos de um poder e ir tentar fazer uma negociação”, afirmou Mendes.
A declaração foi dada em entrevista nesta segunda-feira (28) à Jovem Pan News.
Segundo Mendes, a iniciativa da comitiva é “louvável”, mas é preciso dar peso às autoridades.
“Não é uma representação oficial. Talvez eles sejam recebidos pelo terceiro escalão do governo americano”, disse.
“Se tentarmos marcar uma reunião dos dois presidentes da Casa para ir aos EUA, e fizer uma negociação de gente grande… Nós precisamos sair dessa arapuca que foi criada, podemos produzir resultados que sejam bons para o país”, completou.
A comitiva é liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e conta com oito senadores, sendo dois deles ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro: Tereza Cristina (PP-MS), da Agricultura, e Marcos Pontes (PL-SP), da Ciência e Tecnologia.
Também integram o grupo os senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Esperidião Amin (PP-SC), Fernando Farias (MDB-AL), Jaques Wagner (PT-BA) e Carlos Viana (Podemos-MG).
O grupo esteve na Embaixada do Brasil em Washington nesta segunda e ainda deve se reunir com integrantes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e líderes empresariais na Câmara de Comércio dos EUA.
Na terça-feira (29), haverá encontros com senadores americanos e na quarta (30), último dia da missão, a comitiva brasileira reúne-se com líderes do setor privado americano no Conselho das Américas. Não há nada agendado com autoridades do Executivo do país.