Por Cleiton Túlio | Portal Mato Grosso
A Operação “Contraprova”, deflagrada na manhã desta sexta-feira (15.08) pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), revelou um esquema de falsificação de exames laboratoriais envolvendo a renomada clínica Bioseg – Saúde e Segurança do Trabalho. O empresário e biomédico Igor Phelipe Gardes Ferraz, um dos sócios da rede, foi detido em decorrência das investigações.
A Bioseg, que prestava serviços a uma vasta gama de clientes, incluindo órgãos públicos como a Câmara e a Prefeitura de Cuiabá, além de clínicas médicas particulares, nutricionistas e um convênio médico, é alvo de sérias acusações de fraude e falsificação em seus resultados laboratoriais.
Além da prisão de Ferraz, a operação também teve como alvos os outros sócios-administradores da empresa, Bruno Cordeiro Rabelo e William de Lima. Embora não tenham sido presos, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em suas residências, bem como nas unidades da Bioseg localizadas em Cuiabá, Sinop e Sorriso.
A ação judicial, que cumpriu um total de 11 ordens, resultou não apenas na detenção de Igor Phelipe Gardes Ferraz e nas buscas, mas também na interdição judicial das três unidades do laboratório que operam em Mato Grosso. Adicionalmente, foi determinada a suspensão imediata de todos os contratos do laboratório com o Poder Público e a proibição de que os sócios celebrem novas contratações com órgãos públicos federais, estaduais e municipais.
O Início das Investigações
As apurações da Operação “Contraprova” tiveram início em abril deste ano, após denúncias alarmantes encaminhadas pela Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá. As denúncias apontavam para a suspeita de falsificação sistemática de resultados de exames emitidos pela clínica.
Conforme o levantamento preliminar da Polícia Civil, o modus operandi da Bioseg consistia em coletar e receber amostras de material biológico dos pacientes – que incluíam exames de Covid-19, toxicológicos e para doenças como sífilis, HIV e hepatites – e, em vez de realizar as análises necessárias, simplesmente as descartava. Os resultados, então, seriam fraudados e emitidos sem que qualquer análise laboratorial real tivesse sido feita, colocando em risco a saúde e a vida dos indivíduos que confiavam nos diagnósticos.
A investigação prossegue para apurar a extensão total dos danos e a responsabilidade de todos os envolvidos nesse grave esquema de fraude contra a saúde pública e os consumidores.