O secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, disse ter preocupação em como o Governo Federal vai aplicar o crédito emergencial de R$ 30 bilhões para as empresas que serão afetadas pelo tarifaço de Donald Trump.
Tem que tomar muito cuidado para que isso não vire eventualmente uma mamata para alguns setores que efetivamente não vão precisar desse socorro
As taxas sobre produtos brasileiros chegam a 50% e a União anunciou o auxílio como parte do Programa Brasil Soberano.
De acordo com a medida provisória, o dinheiro pode ser usado para proteger os exportadores de riscos comerciais nas fases pré e pós-embarque. A regra vale inclusive para operações que envolvam micro, pequenas e médias empresas.
“Tem que tomar muito cuidado para que isso não vire, eventualmente, uma mamata para alguns setores que efetivamente não vão precisar desse socorro porque os números vão demonstrar que eles têm condição de redirecionar as suas vendas para outros mercados”, afirmou o secretário.
Gallo citou como exemplo o setor da carne, que anteriormente aparecia como um dos mais afetados, mas após as primeiras semanas com o aumento da tarifa tem demonstrado que vai conseguir se manter estável.
O secretário chamou a atenção da União para o “exagero” em relação ao alcance, pois, segundo ele, há risco desse recurso bilionário causar uma crise fiscal no país.
Segundo o Governo Federal, os R$ 30 bilhões liberados pela medida provisória vêm de um superávit financeiro registrado em 2024 no Fundo de Garantia à Exportação (FGE).
“Espero que isso não se torne uma nova bomba fiscal, porque de novo os R$ 30 bilhões ficarão de fora do teto do arcabouço fiscal. Consequentemente isso vai gerar mais endividamento público e, consequentemente, taxa de juros maiores, inflação, enfim, tudo aquilo que o país não precisa nesse momento”, disse.
“[…] Nós temos que avaliar cada setor, porque eles são dinâmicos, eventualmente, você diminui a venda para um determinado país, mas você tem condição de realocar aquele produto em outros mercados”.
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