O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), usou as redes sociais para justificar a fala em que ele havia classificado o ensino da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) como uma “bosta”.
Há muita insegurança dentro da própria instituição e ainda temos uma série de militâncias políticas, muito mais para uma vertente ideológica de esquerda
De acordo com o prefeito, o que ele quis dizer na declaração foi sobre os problemas que a instituição enfrenta, atualmente, de pessoas que usam a universidade para fazer “militância política de esquerda”, e da falta de segurança no campus.
“Meu comentário sobre a Universidade Federal é sobre os dias de hoje, quando a militância político-partidária parece ser a prioridade. Tem a morte de uma senhora que faleceu assassinada, está tendo muito roubo, muita insegurança dentro da própria instituição e ainda temos uma série de militâncias políticas, muito mais para uma vertente ideológica de esquerda e o compromisso com o ensino de qualidade, que deveria ser prioridade, acaba ficando um pouco de lado”, afirmou.
O prefeito se referia a episódios de violência registrados no campus Cuiabá no mês de julho.
Solange Aparecida Sobrinho, 52 anos, foi encontrada com sinais de asfixia e possível violência sexual, dentro da universidade. Poucos dias depois, outros dois casos de violência contra estudantes mulheres também foram registrados no campus.
Emendas
Segundo Abilio, ele foi o deputado federal que mais mandou emenda para a UFMT, mas que por cortes sofridos no governo Lula (PT), a Universidade não consegue realizar serviços básicos.
“Não é só a UFMT [que enfrenta problemas], mas isso acontece com praticamente quase todas as universidades públicas no nosso país durante a gestão do atual presidente Lula, até cortes de orçamento. A universidade não consegue fazer limpeza. Eu mesmo mandei emendas para UFMT fazer as obras e eles não conseguiram dar conclusão”, afirmou.
O prefeito também disse que reconhece que tem muitos professores e estudantes bons dentro da instituição.
“Existe muita gente boa dentro da universidade, que tem resistido contra uma certa ideologia destrutiva que tem tomado conta daquela instituição. Lembre-se, a Universidade Federal de não pode se tornar um partido político”, encerrou.
Em nota, a reitora Marluce Silva disse ter recebido com “perplexidade e indignação” as críticas do prefeito. No documento em nome da Universidade, ela cita que o ensino por oferecido pela UFMT possui reconhecimento nacional e as críticas direcionadas à instituição desrespeitam os profissionais por ela formados.
Nesta quarta (20), Abilio também foi alvo de muitas críticas dos deputados estaduais, que reagiram a fala do prefeito e saíram em defesa da universidade pública.
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