Início GERAL Empresário se torna réu por homicídio; médica será investigada em processo separado

Empresário se torna réu por homicídio; médica será investigada em processo separado



Por Cleiton Túlio
A Justiça da Comarca de Sorriso (a 398 km de Cuiabá), acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPMT) contra o empresário Gabriel Júnior Tacca e o comerciante Danilo Carlos Guimarães. Ambos são acusados de cometer homicídio qualificado contra Ivan Michel Bonotto, de 35 anos. Com a aceitação da denúncia, foi decretada a prisão preventiva dos acusados.
Crime premeditado e de natureza torpe
O crime ocorreu na noite de 21 de março de 2025 e, de acordo com o Ministério Público, foi praticado de forma premeditada, com motivação torpe e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Gabriel Tacca e Danilo Guimarães teriam agido em conjunto, criando um plano para executar Ivan Bonotto. Após o ataque, Gabriel chegou a levar a vítima ao hospital em uma tentativa de dissimular sua participação no homicídio, simulando solidariedade.
A denúncia, assinada pelo promotor Luiz Fernando Rossi Pipino, revela que o crime teria sido motivado por vingança. Ivan, anteriormente amigo do casal Gabriel Tacca e Sabrina Iara de Mello, médica ginecologista, começou a se envolver romanticamente com Sabrina, o que teria gerado em Gabriel um sentimento de rancor. A descoberta do relacionamento extraconjugal por parte de Gabriel foi apontada pelas investigações como o principal motivo do homicídio.
Tentativa de ocultar o crime e operação policial
Para despistar as autoridades, os acusados inventaram uma versão fictícia de que o crime ocorreu durante uma briga em um bar. No entanto, as apurações da Polícia Civil desmentiram a narrativa durante a Operação Inimigo Íntimo, resultando na prisão dos dois. Gabriel Júnior Tacca e Danilo Carlos Guimarães foram detidos e estão à disposição da Justiça. Sabrina também foi alvo da operação, mas sua participação no homicídio não foi comprovada até o momento.
Conforme as investigações, após o crime, Sabrina teria invadido o celular de Ivan no hospital para apagar mensagens e arquivos que pudessem evidenciar o relacionamento extraconjugal. Em razão disso, sua conduta foi classificada pelo Ministério Público como fraude processual qualificada.
Desdobramento do caso e responsabilidade penal
Embora constatada a ação de Sabrina na tentativa de ocultar provas, o Ministério Público entendeu que não há elementos que apontem para sua participação direta na execução do homicídio. Por isso, foi solicitado o desmembramento do caso, com a denúncia de Sabrina sendo encaminhada para a 2ª Vara Criminal de Sorriso. A separação dos processos busca dar agilidade à apuração da fraude sem prejudicar o andamento do julgamento do homicídio, que será julgado pelo Tribunal do Júri.
Além da responsabilização criminal dos acusados, o Ministério Público também solicitou à Justiça a fixação de uma indenização mínima de R$ 500 mil, a ser destinada à mãe da vítima como forma de reparação pelos danos causados.
Próximos passos
Com a denúncia recebida e a prisão dos acusados decretada, o caso avança para a fase de instrução no Tribunal do Júri. A previsão do MPMT é que novas provas e depoimentos sejam analisados para robustecer o processo contra Gabriel Júnior Tacca e Danilo Carlos Guimarães, que agora responderão pela acusação de homicídio qualificado. Enquanto isso, a investigação sobre a conduta de Sabrina segue de forma independente, com foco na apuração da fraude processual.



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