Relatório de inteligência da Polícia Militar indica a atuação de uma facção criminosa na organização de invasões e em crimes ambientais na região do Contorno Leste, em Cuiabá.
Segundo o documento, a equipe de Inteligência do 3º Batalhão recebeu ordem da comandante da unidade para monitorar um “grilo” que estaria sendo formado às margens da Avenida Contorno Leste, recém-construída e que liga os bairros Doutor Fábio Leite e Osmar Cabral.
A partir da determinação, os policiais realizaram diligências, vigilância e monitoramento na área.
“Em posse destas informações, esta ALI realizou diligências, bem como vigilância e monitoramento, vindo a identificar possíveis suspeitos que estão à frente da invasão, sendo estes suspeitos pertencentes à facção criminosa denominada Comando Vermelho”, consta no relatório.
Ainda conforme o levantamento, eles estariam financiando construções, loteando lotes e impondo regras de permanência na área conhecida como Residencial Brasil 21, operando uma rede organizada de invasores.
O avanço sobre áreas públicas e privadas seria conduzido por pessoas reincidentes nesse tipo de crime, algumas monitoradas por tornozeleira eletrônica. Testemunhas relataram que líderes da facção coordenavam a ocupação e negociavam os terrenos.
Durante uma fiscalização ambiental, equipes da PM e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram hostilizadas e impedidas de deixar o local.
Servidores relataram arremesso de pedras, ameaças e afirmaram ter ouvido invasores dizerem que “ali era Comando Vermelho”, episódio que reforçou a suspeita de atuação direta do crime organizado na invasão.
CPI confirmou avanço de facções
O tema também foi analisado pela CPI da Invasão de Terras da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Gilberto Cattani (PL). O relatório final confirmou a participação de facções e até de agentes públicos em ocupações urbanas e rurais no Estado.
De acordo com o documento, áreas invadidas eram divididas e comercializadas ilegalmente, com organização por meio de grupos de mensagens e cobrança para ocupação dos lotes.
As apurações ainda apontaram que as invasões atingiram propriedades particulares e áreas públicas, incluindo zonas de preservação e reservas l





