Principal alvo da Operação Ressona, deflagrada nesta quarta-feira (19) contra um grupo criminoso em Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá), Rafael Generoso Bampa ostentava armas de grosso calibre e grande quantidade de dinheiro durante viagens ao Rio de Janeiro.
Rafael é apontado como “gerente” da facção criminosa. Ele conseguiu fugir antes da operação e é procurado pela Polícia Civil.
Segundo a Polícia, o suspeito era responsável pela logística, contabilidade e lavagem de dinheiro da organização. Ele viajava com frequência para se encontrar com o seu padrinho, um dos líderes da facção que comandava o grupo do Rio de Janeiro.
Nas favelas da cidade carioca, adquiria armas e fuzis que eram armazenados em uma chácara dele em Sorriso, usada como depósito clandestino do grupo.
Rafael tinha relação direta com os líderes escondidos em favelas do Rio. De lá, os criminosos passavam ordens estratégicas por meio de videochamadas, sendo mandantes de homicídios e de atos de intimidação em Mato Grosso. A estrutura da organização criminosa incluía entregadores, laranjas e operadores logísticos, todos com funções bem definidas.
Rafael Generoso aparece em diversos vídeos e fotografias ostentando com armamento pesado e com grande quantidade de dinheiro. A Polícia disse que ele é proprietário de fazendas, casas de alto padrão e de veículos de luxo.
Em menos de quatro meses, foram identificadas movimentações próximas de R$ 2 milhões do grupo criminoso, com características de lavagem de dinheiro. Elas eram realizadas por meio de transações fragmentadas, repasses imediatos, uso de contas encerradas por fraude e destinatários com histórico criminal ligado ao tráfico e à facção criminosa.
Operação Ressona
A Operação Ressona cumpriu nesta manhã 17 mandados de prisão, 13 de busca e apreensão, bloqueio de valores na casa de R$ 9,3 milhões e o sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Sinop.
As investigações que resultaram nas ordens judiciais foram conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e os mandados são cumpridos nas cidades de Lucas do Rio Verde e Guarantã do Norte.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Antenor Pimentel, a operação tem o objetivo de romper a influência e o elo entre os líderes foragidos no Rio de Janeiro e o grupo atuante em Mato Grosso.
“A expectativa é que os desdobramentos da operação levem à desarticulação completa da célula da facção criminosa em Lucas do Rio Verde e à responsabilização dos líderes refugiados no Rio de Janeiro”, disse o delegado.
As investigações da Operação foram iniciadas em 2024 para encontrar a célula da facção que atua em Lucas do Rio Verde e região.
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