O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), disse acreditar que políticos estão financiando a ocupação que ocorre na região do Contorno Leste e pediu investigação da Polícia Civil.
Nenhuma invasão em Cuiabá é feita sem apoio de algumas pessoas da classe política
No último relatório divulgado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) foi informado que existem 2.594 famílias no local, sendo que apenas 172 estariam em real situação de vulnerabilidade social.
Na última segunda-feira (30), centenas de pessoas se reuniram em frente ao Palácio Alencastro para protestar por moradia e cobrar um posicionamento do prefeito.
“Ontem teve ônibus que levou eles lá, muitos foram de carro e tudo mais. Parece que tem alguém financiando isso, não parece? Dá a sensação que tem alguém subsidiando financeiramente para poder fazer essa ação”, disse o prefeito em conversa com a imprensa, nesta terça-feira (1º).
“Acredito que a Polícia Civil deve investigar quem é o financiador desse procedimento e como isso começou. Isso começou em 2022. Assim que teve o fim das eleições e o Tribunal Eleitoral declarou Lula como o vencedor do processo eleitoral, já começou o processo de invasão lá”, acrescentou.
Além de citar o presidente Lula (PT), Abilio também falou que já observou os deputados estaduais Valdir Barranco (PT), Wilson Santos (PSD) e Eduardo Botelho (União) nesse local de ocupação.
Apesar das alegações, Abilio negou que a prefeitura vá fazer algum procedimento a respeito disso. Ele explicou que está pregando cautela sobre a situação, principalmente por acreditar que há pessoas inocentes em meio ao grupo da ocupação.
Segundo Abilio, muitas crianças e idosos hoje ocupam a região do Contorno Leste e poderiam ser prejudicadas caso ocorra uma desocupação violenta. Ele disse que seu maior medo é que haja confronto no local.
No entanto, reiterou a certeza de que tem políticos envolvidos nesse processo, alegando que muitos se aproveitam da vulnerabilidade das famílias para conquistar votos.
“Nenhuma invasão em Cuiabá é feita sem apoio de algumas pessoas da classe política. Vereadores, deputados interessados no processo eleitoral, interessados em conseguir arrecadar votos da população que está carente e necessitada de habitação, investem nesse processo”, disse.
“Deveria ter a abertura de processos de cassação desses políticos que incentivam a infração da lei, mas, infelizmente, não vejo nenhum dos poderes legislativos fazendo alguma ação contra isso”, completou.
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