Início GERAL Advogado é acusado de liderar facção que movimentou R$ 100 mi

Advogado é acusado de liderar facção que movimentou R$ 100 mi



O advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, de Várzea Grande, é um dos alvos da Operação Conductor, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (2). Ele é apontado como líder de uma organização criminosa que realizava tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. 
 

O líder dessa organização é um morador de Várzea Grande, que envolveu toda a sua família. Esposa, irmã, cunhada, irmão, mãe, que era o núcleo financeiro dessa organização

Segundo a delegada Bruna Laet, de Cáceres, o grupo criminoso tinha como núcleo familiares do advogado. A esposa dele, Francimeire Correia de Mesquita, os irmãos dele, Joycelaine Almeida e Joabe Almeida, e a cunhada, que não teve o nome divulgado, também foram presos.
 
O grupo, conforme a Polícia, transportava os ilícitos de Cáceres, por meio de vans que simulavam viagem com passageiros, para a região metropolitana de Cuiabá, e daqui enviavam os entorpecentes e armas a outros estados. Eles teriam movimentado R$ 100 milhões entre 2023 e 2025. 
 
“O líder dessa organização é um morador de Várzea Grande, que envolveu toda a sua família. Esposa, irmã, cunhada, irmão, mãe, que era o núcleo financeiro dessa organização, junto de outras pessoas. E as movimentações eram feitas por meio deles, em múltiplas transações financeiras”, disse Laet.

 
Ainda conforme a delegada, o advogado, sua família e outros envolvidos foram responsáveis pelo recebimento semanal de 150 quilos de drogas, armas e munições, transportadas de Cáceres até Cuiabá e Várzea Grande. Somente em quatro meses, o grupo teria movimentado R$ 45 milhões.
 
“Ele [advogado] controlava toda a logística do transporte da droga, armazenamento, distribuição e também mantinha todo o controle financeiro, tanto no pagamento de divisão de valores entre os outros integrantes, como a parte da lavagem de dinheiro”, disse.
 
“No caso dessa organização, tratava-se de uma grande quantidade de drogas, porque eram cerca de 150 quilos por semana e ainda armas e muitas munições. O transporte era feito sempre por meio de vans e essas vans possuíam compartimento secreto, onde eram armazenados esses objetos ilícitos”. 
 
“Com a chegada em Várzea Grande, a irmã do líder da organização criminosa era responsável por receber, conferir e posteriormente fazer a distribuição, de acordo com que era determinado pelo líder”.
 
“Outros terceiros, sem vínculo com a família, eram responsáveis, exclusivamente, pelo recebimento dos valores da venda da droga, armas e munições, e o posterior repasse, pulverização. E também utilizava oito pessoas jurídicas para realizar essa movimentação financeira e dar uma aparência de licitude a esse dinheiro proveniente do crime”.
 
A delegada disse ainda que na casa de Joabe Almeida, irmão de Douglas Antônio que foi preso em flagrante, foram apreendidas 190 munições de calibres diversos, inclusive 556, que é de uso restrito para as Forças Armadas e Polícias. 
 
“[As armas] Também eram comercializadas, assim como as drogas. Eram repassadas como comércio aos destinatários finais aqui da região. Tanto armas de uso pessoal como armas longas, pistolas e fuzis. Tanto é que hoje ocorreu uma prisão, na casa do irmão líder da organização, que foram apreendidas cerca de 190 munições de diversos calibres, inclusive 556”.
 
Na ação, estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão preventiva, 35 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios de valores e cinco sequestros de veículos, em Cáceres, em Cuiabá, Várzea Grande, São Luís (MA) e Jaboatão dos Guararapes (PE). 
 
Até o momento, foram apreendidos R$ 29 mil em espécie, munições e cinco carros, entre eles uma Dodge Ram, caminhonetes Fiat Strada e Toro e um Argo.
 
Empresas de fachada
 
Na investigação, foi revelado que a organização criminosa se utilizava de oito empresas para fazer a lavagem de dinheiro, entre farmácias, distribuidoras de bebidas, drogarias, empresas de comercialização e instalação de energia solar e do ramo de alimentos. Esta última, de acordo com a delegada, era a única que de fato funcionava. 
 
“São 8 empresas, algumas, de fato, funcionavam e outras eram só empresas de fachada que nunca existiram no objeto em si que deveria atuar. Eram usadas exclusivamente para lavagem de dinheiro. São desde farmácias, drogaria, empresa de comercialização e instalação de energias rolar, empresas de alimentos, pontuou. 



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