O governador Mauro Mendes (União) disse nesta terça-feira (24) que o Governo encontrou “inconsistências nos estudos” que subsidiavam as obras do Portão do Inferno, na MT-251. A rota inicial pode ser modificada.
Quando iniciou-se o projeto verificou-se algumas inconsistências ou algumas diferencias geológicas que não foram percebidas
No fim de 2023, o local registrou diversos deslizes de terra. As obras tiveram início em agosto do ano passado, após um imbróglio entre Sinfra (Secretaria do Estado de Infraestrutura e Logística) e o Instituto Chico Mendes – que administra o Parque de Chapada.
Mendes não detalhou quais seriam as inconsistências encontradas pela Sinfra, mas disse que a Pasta faz um “aprofundamento na análise técnica da solução”.
“Uma coisa é você fazer um estudo preliminar e emergencial, […] mas quando iniciou-se o projeto verificou-se algumas inconsistências ou algumas diferencias geológicas que não foram percebidas”, disse ele em coletiva à imprensa.
“Isso demandou aprofundar esses estudos geológicos, novas sondagens foram feitas, foi colocado máquina em cima do morro e isso demandou uma mobilização de recurso e complexidade gigante”, acrescentou.
O projeto inicial da Sinfra está sendo executado pela empresa Lotufo Engenharia e Construções Ltda. e prevê a retirada total do maciço do Portão do Inferno, por meio de uma obra de “retaludamento” da encosta. O contrato tinha o valor de R$ 29,5 milhões.
Segundo Mendes, por conta das inconsistências, um novo trajeto da MT-251, no Portão do Inferno, deve ser estudado. A nova alternativa, no entanto, deve ser anunciada apenas em julho.
“Os estudos iniciais mostraram uma grande dificuldade ou quase uma impossibilidade de prosseguir naquela rota. Isso é uma análise muito técnica. […] E eu não tenho ainda o veredito dos técnicos de qual caminho a ser seguido”, disse.
“Mas acredito que teremos isso nas próximas semanas – porque eles me prometeram que será até o final do mês de julho”, emendou.
Retaludamento
O governador ainda revelou que o projeto inicial, que prevê o retaludamento, pode ser modificado.
“Foi feita a sondagem do topo do morro para baixo, para ver a característica real daquela rocha. E isso fez com que entrássemos em uma revisão daquela solução inicial: se seria possível ou não executá-la”, disse.
“E, aí, eu não tenho ainda essa resposta definitiva dos técnicos que estão debruçados nisso há alguns meses”, completou.
Portão do Inferno
O projeto de retaludamento foi escolhido após uma série de estudos, realizados pela Sinfra, e consiste na retirada do maciço rochoso na curva do Portão do Inferno e a criação de taludes, uma série de cortes, que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra. Com isso, a estrada será recuada em dez metros.
A opção pelo retaludamento foi escolhida levando em conta uma série de fatores: garante mais segurança quanto ao risco de quedas de blocos e também em relação ao possível colapso do viaduto; tem custo financeiro menor; prazo de execução mais rápido; menos complexidade; e menos impacto socioeconômico ao município de Chapada dos Guimarães.
A obra, que teve início em agosto do ano passado, tinha a promessa de ser concluída em 120 dias.