A Polícia Civil esteve no centro de segurança da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) nesta quarta-feira (30) para obter imagens do circuito interno do campus, mas descobriu que uma câmera crucial para solucionar o homicídio de Solange Aparecida Sobrinho não funciona há anos.
Solange, que tinha 52 anos, foi encontrada morta no dia 24 de julho em uma construção abandonada dentro da universidade, a antiga associação Master. A vítima, que foi morta asfixiada por estrangulamento, ainda estava parcialmente despida.
MidiaNews
O delegado Bruno Abreu, da DHPP, e peritos no centro de segurança da UFMT
Conforme apurado pelo MidiaNews, o equipamento fica instalado em um prédio próximo para monitorar a área da construção abandonada onde ocorreu o crime. Do ângulo em que está, o equipamento seria capaz filmar o que aconteceu na construção e seus arredores no dia do assassinato. Entretanto, desde a gestão passada, na administração do então reitor Evandro Reis, a câmera está danificada.
A UFMT passou por período de sucateamento nos últimos anos com diversos cortes de verbas. Segundo divulgado pelo Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, a universidade tem orçamento anual de R$ 1,17 bilhão.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da UFMT para saber se a administração tinha conhecimento do problema e por que o equipamento não foi consertado ou substituido. Até o momento a assessoria não retornou.
O crime
Vista pela última vez na tarde do dia 23 de julho, Solange saiu de sua casa, em Várzea Grande, por volta de 13h. Ela trajava blusa vermelha, bermuda jeans, uma bandana de cor clara, sandálias e carregava consigo uma bolsa estampada.
Câmeras da universidade flagraram Solange andando pelo campus da UFMT, sendo vista na avenida principal e às 16h passando ao lado da cafeteria da Faeng (Faculdade de Engenhearia). Sete minutos depois, ela foi filmada andando pelo caminho de terra que levava à antiga associação Master, hoje uma construção abandonada.
Já no dia 24 de julho, o corpo de Solange foi encontrado nas instalações da antiga associação por funcionários da UFMT, por volta das 7h, parcialmente despido. A bolsa que carregava não estava no local. O laudo pericial oficial constatou que ela foi morta por asfixia devido à esganadura. A Polícia ainda aguarda laudo sobre possível crime de estupro contra Solange.
Em depoimento aos investigadores, familiares afirmaram que Solange não era usuária de drogas e que não tinha transtornos mentais. Ainda conforme a família, apesar de não ser aluna ou servidora, ela sempre frequentava a UFMT, assim como a Univag (Centro Universitário de Várzea Grande), mas não há informações sobre o motivo pelo qual ela ia aos câmpus.
Até o momento, a Polícia não identificou quem cometeu o homicídio.
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