“Mas se ela viesse, o pau ia comer, ia rodar nós duas”. A declaração é da deputada federal Coronel Fernanda (PL), em entrevista exclusiva ao MidiaNews, sobre o bate-boca com a senadora Leila Barros (PDT-DF), na noite de segunda-feria (1º), durante sessão da CPMI do INSS no Congresso Nacional.
A discussão teve início após a deputada bolsonarista aplaudir a aprovação dos pedidos de prisão preventiva de 21 pessoas suspeitas de um desvio bilionário envolvendo descontos não autorizados em benefícios de aposentados.
“Ela chegou a susurrar que ia me bater. E depois que acabou a confusão, ela fez gesto de que perdeu a oportunidade de dar um murro em mim”, disse.
Ouça entrevista:
Confira os principais trechos:
MidiaNews – Deputada, como que foi o início de tudo?
Coronel Fernanda – Hoje eu só consigo lembrar flashs de algumas coisas. Estava tendo uma fala em relação, se encerrava ou não encerrava, mas o presidente da mesa já tinha encerrado a votação e o resultado estava no painel. Eu tava falando: “nós vencemos”, o pessoal que não tinha prestado atenção, já havia saído o resultado. E ela começou a debochar e eu não liguei.Eu só sei que ela disse alguma coisa e eu falei: “você não fez mais do que sua obrigação”.
MidiaNews – E você lembra que deboche ela fez?
Coronel Fernanda – Ficava se fazendo, batendo palminha. Na hora que eu falei: “você não fez mais que sua obrigação em votar”. Porque quem votasse contra o pedido de prisão tava a favor de bandido.
Eu estava sentada quieta e ela começou a erguer a voz pra mim. No que ela ergueu a voz pra mim, eu também fui pra cima dela erguendo a voz, mas no meu canto. Ela levantou pra me bater, a intenção dela era me bater. Não sei se você viu no vídeo, mas eu falei que não tenho medo dela.
MidiaNews – E você percebeu que ela queria partir para a agressão?
Coronel Fernanda – Ela chegou a susurrar, que ela ia me bater. E depois que acabou a confusão, ela fez gesto de que ela perdeu a oportunidade de dar um murro em mim.
MidiaNews – Ela chegou a tocar em você fisicamente?
Coronel Fernanda – Ela me empurrou, mas eu também empurrei ela. Aí eu entrei na defensiva. Na hora que eu levantei, eu já entrei na defensiva.
MidiaNews – Você tem treinamento como militar. Se ela batesse em você, provavelmente você iria reagir?
Coronel Fernanda – Ah, ia. Eu podia até apanhar, mas que eu não ia deixar barato, eu não ia. Eu tenho instinto, muitas vezes eu falo que eu tenho que aprender a me controlar, mas é de defesa. Quando eu vejo que eu estou em uma situação de perigo, quando eu vejo, eu já estou lá defendendo. Mas se ela viesse, o pau ia comer, ia rodar nós duas lá.
MidiaNews – Como está sendo a repercussão?
Coronel Fernanda – Bom, pra mim tá sendo uma surpresa, porque eu nem dormi a noite ainda. De tantas mensagens que eu recebi, mensagens do Brasil inteiro, de pessoas públicas, de apoio. Então, assim, eu falo que é Deus na vida, eu não planejei nada disso,a única coisa que eu planejei no dia de ontem é que o IPMI, que eu trabalhei pra que acontecesse, desse certo, né? Que a gente pudesse dar o fio da meada, conseguisse identificar as pessoas envolvidas e prendesse as pessoas pra que a justiça seja feita. Então, esse foi o objetivo do planejamento de ontem.
Meu Instagram, por exemplo, eu tinha 49 mil seguidores. Eu tô com 80 mil seguidores só no Instagram. Então, dobrou, eu tenho o hábito de responder as pessoas, eu não respondo uma hora, mas assim, toda vez que eu tenho uma oportunidade, eu respondo todo mundo.
MidiaNews – E essa aprovação dos pedidos de prisão preventiva, como é a tramitação agora?
Coronel Fernanda – Vai, o relator junto com o presidente agora passa pro [ministro] André Mendonça, que foi designado pra acompanhar. E aí passa a análise dele agora pra conceder ou não [a prisão]. Ele mesmo pode decretar a prisão.
MidiaNews – Para concluir, deputada, que mensagem você gostaria de passar diante do que ocorreu?
Coronel Fernanda – Eu gostaria de falar que quando eu me coloquei à disposição da população para fazer a diferença e trabalhar, eu tenho trabalhado de uma forma bem tranquila, de forma planejada, organizada. Não tenho tentado agredir ninguém, não que eu tenha medo, mas é porque às vezes fazer algo a mais, você pode perder o caminho do processo, de aprovar um projeto que vai ser bom pra sociedade, você vai perder a oportunidade de fazer o bem pros próximos, entendeu?
Então assim, eu sempre penso primeiro nos outros do que em mim. Primeiro eu vou pensar nos outros. E a exemplo disso que eu consegui o maior número de assinaturas possíveis, pra fazer a CPMI, tô aí com um trabalho com a moratória da soja. E tantos outros, né? Então, o que eu tenho a dizer é que a gente tem que sempre pensar o que fazer de melhor pro próximo e trabalhar pra que aquilo lá se realize. Mas se for necessário entrar numa luta mais incisiva, não vou correr, porque eu nunca corri na minha vida e não vai ser dessa vez que eu vou correr.
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