As ruas de Cuiabá e Várzea Grande estão cada vez mais congestionadas, e os números do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) revelam o porquê: a frota de veículos nas duas cidades atingiu a impressionante marca de 730 mil unidades. Isso significa que, em teoria, cerca de 76,7% da população de ambos os municípios possui ao menos um carro ou uma moto, gerando um impacto direto na mobilidade urbana.
O aumento da quantidade de veículos é visível no dia a dia, com engarrafamentos se tornando frequentes mesmo em vias sem obras. Este cenário não é exclusivo da capital e sua vizinha, mas reflete uma tendência acelerada em todo o estado.
Dados do Detran-MT mostram que, entre 2019 e 2024, a frota de veículos em Mato Grosso cresceu de forma vertiginosa, com um aumento de 50,3%. Este percentual é mais que o dobro da média nacional, que registrou um crescimento de 25,5% no mesmo período. Ao final de 2024, o estado contava com 2,7 milhões de veículos circulando, frente aos 123,9 milhões em todo o Brasil.
A tendência de crescimento não deve parar por aí. Informações da B3 (Bolsa de Valores) indicam um aquecimento no mercado de financiamento de veículos. Em setembro de 2025, o país registrou 5,3 milhões de unidades financiadas, entre veículos novos e usados, marcando o maior volume de crédito liberado para a compra de automóveis desde 2011.
Este boom na aquisição de veículos no estado é um reflexo direto da força da atividade econômica local, do poder de compra dos cidadãos e do desejo por maior liberdade de mobilidade. Contudo, essa prosperidade traz consigo um desafio complexo: a pressão crescente sobre a infraestrutura viária e a mobilidade urbana, demandando soluções eficazes para evitar o colapso do trânsito nas principais cidades mato-grossenses.