Início GERAL Delegado: “Facção se valia de assistencialismo para lavar imagem”

Delegado: “Facção se valia de assistencialismo para lavar imagem”



O proprietário do SN Futebol Clube, Sebastião Lauze, apontado como o líder de um esquema de jogos de azar e estelionatos ligado à uma facção criminosa, usava de assistencialismo para se aproximar da população em bairros como o Osmar Cabral, Jardim Liberdade e região, em Cuiabá. 

É o que a gente chama de ‘lavagem de imagem’, para tentar que a população se aproxime desses criminosos e ele tenha essa imagem protegida

 
A informação é do delegado Gustavo Colognesi Belão, titular da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado).
 
O “Dono da quebrada”, como também era conhecido, foi alvo de mandado de prisão no âmbito da Operação Ludus Sordidus, deflagrada pela Polícia Civil. Mas solto um dia depois por problemas de saúde.
 
O grupo é investigado por crimes além de jogos de azar e estelionato, por tráfico de drogas e lavagem de capitais ligado à uma facção criminosa. 

 
“Por meio de diversas atuações criminosas, seja em jogos de azar, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, ele promovia delitos e, se valendo de uma suposta imagem assistencialista, como é uma das atuações dessa facção aqui no estado, conseguia se aproximar da população carente daquele bairro”, explicou o delegado. 
 
Além do time de futebol, entre as ações assistencialistas citadas por Belão, estão o fornecimento de cestas básicas, gás e outras ações de apoio à população carente desses bairros. 
 
“É o que a gente chama de ‘lavagem de imagem’, para tentar que a população se aproxime desses criminosos e ele tenha essa imagem protegida, mas atrás dele tem a prática criminosa de diversas infrações penais”. 

Reprodução

Sebastião Lauze, líder de esquema, ao lado de jogadores do seu time

 
Segundo o delegado, a Polícia conseguiu descapitalizar o grupo, uma vez identificou e bloqueou boa parte dos bens móveis e imóveis dos membros da organização, sendo ao menos sete imóveis no Bairro Osmar Cabral e outros bairros da Capital. 
 
A operação
 
Ao todo, a Operação Ludus cumpriu 38 ordens judiciais, sendo 10 mandados de prisão preventiva, 8 de busca e apreensão, 8 sequestros de imóveis, 12 sequestros e bloqueios de contas e valores no valor de mais de R$ 13,3 milhões. 
 
As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias de Cuiabá com base em investigações conduzidas pela da Gerência de Combate ao Crime Organizado e Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco). 
 
 
Os mandados são cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande e na cidade de Nova Odessa (SP).
 
Investigações
 
As investigações iniciaram em dezembro de 2023, após a interrupção de uma reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Na ocasião, integrantes de uma facção criminosa encerraram o encontro sob ameaças, em uma clara tentativa de demonstração de poder do grupo criminoso. 
 
A motivação dessa dissolução seria “política”, pois a irmã de um dos investigados era pré-candidata a vereadora e a reunião teria sido interpretada como um evento político, devido a presença de um secretário de Estado. 
 
A partir da ocorrência, foi instaurado inquérito policial na GCCO/Draco para apuração dos fatos e com avanço dos trabalhos investigativos foi possível identificar um grupo da facção criminosa estruturada para a prática de crimes na região do bairro Osmar Cabral, Jardim Liberdade e adjacentes.
 
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