Início GERAL Ex-secretário cita “conspirações” e “falta de verdade” na Câmara

Ex-secretário cita “conspirações” e “falta de verdade” na Câmara



O jornalista Luiz Gonzaga usou a tribuna da Câmara de Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (3), para pedir exoneração imediata do cargo de secretário de Comunicação da Casa. A saída já estava anunciada para o fim do mês, mas ele relatou um clima “hostil” nos corredores e antecipou a saída.
 
Antes, contudo, fez um discurso de sete minutos recheado de críticas incisivas a pessoas do Legislativo cuiabano, poupando a presidente Paula Calil (PL), a quem agradeceu pela oportunidade. Sem citar nomes, Gonzaga apontou que “o problema não vem de fora [da Casa], vem de dentro”.
 

Cansei de ter que lidar com gente que falta com a verdade e é capaz de qualquer coisa em benefício próprio e não importa se isso vai atingir outras pessoas

“Cansei de ter que lidar com gente que falta com a verdade e é capaz de qualquer coisa em benefício próprio e não importa se isso vai atingir outras pessoas. E faz isso sobre uma ´proteção divina´ ou sobre a transparência de um vidro”, disse.
 
“Cansei de ter que explicar o obvio, como respeitar princípios éticos jornalísticos, especialmente se tratando de uma plataforma de um órgão público. E é importante ressaltar: não é a maioria, é uma minoria. A maioria quer trabalhar muito. É uma minoria barulhenta. Não só com gritaria, mas barulhenta, também, no silêncio das conspirações”, completou.

 
O jornalista lembrou da Operação Perfídia, da Polícia Civil, deflagrada em abril, que afastou os vereador Chico 200 (PL) e Sargento Joelson (PSB). Ele afirmou que a Comunicação da Casa tratou o tema com transparência. 
 
“A gente não negligenciou a informação. E quando você tem credibilidade, a sua apuração ganha valor”, disse. 
 
Gonzaga ainda fez um mea culpa e disse que não conseguiu “proteger” a imagem da Câmara e por isso falhou no que chamou de “missão”. Em seguida, pediu demissão do cargo.
 

Tentei, mas não consegui. E aí tem coisas que o dinheiro não compra: a paz

“Tentei, mas não consegui. E aí tem coisas que o dinheiro não compra: a paz. A presidente [Paula Calil] havia me pedido para permanecer até o fim de julho. Aceitei de pronto. Mas depois de refletir, cheguei a conclusão de que não é viável”. 
 
“Por isso essa despedida de cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido. Presidente, pode publicar a minha exoneração. A partir de agora, eu não respondo mais pela Secom da Câmara”, completou.
 
Com a saída do cargo, o jornalista afirmou que vai retornar à Casa de Leis apenas como repórter. 
 
“Vou voltar a fazer perguntas como sempre fiz a vida toda. Desejo boa sorte a quem fica e a quem vem. Vocês vão precisar. A Casa é muito exigente e é muito maior que qualquer um de nós”, concluiu.
 
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