Mato Grosso consolidou sua posição de destaque no cenário global da proteína animal, encerrando o primeiro semestre de 2025 com um impressionante volume de 368,8 mil toneladas de carne bovina embarcadas. O número representa um avanço de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as exportações somaram 348,8 mil toneladas, segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O levantamento do Imea aponta que a abertura de novos mercados compradores foi um dos fatores cruciais para o crescimento. No comparativo anual, a carne bovina mato-grossense alcançou 77 países, superando os 74 destinos de 2024.
A China manteve sua liderança absoluta, absorvendo 182,7 mil toneladas, o equivalente a 49,5% do total exportado. Os Estados Unidos seguiram em segundo lugar, com 26,5 mil toneladas (7,2%), e uma lista diversificada de importadores que inclui Chile, Rússia, Egito, Filipinas, Arábia Saudita, México, Itália, Espanha, Israel, Líbano, Holanda, Albânia e Turquia.
Além do aumento no volume, o estudo revela que a carne mato-grossense está mais valorizada no mercado internacional. O preço médio por tonelada saltou de US$ 4,5 mil no final do primeiro semestre de 2024 para US$ 5,1 mil em 2025. Esse acréscimo reflete a percepção de qualidade e a crescente exigência dos mercados importadores, consolidando a reputação do produto.
Para o Imea, o desempenho robusto reafirma a pecuária bovina como o principal motor das exportações do estado, sustentada por uma reputação sólida de sanidade, volume de produção e regularidade na oferta.
“Tarifaço” dos EUA Gera Preocupação no Setor
Apesar do cenário positivo, uma sombra de preocupação paira sobre o setor com a iminente ameaça do chamado “tarifaço” dos Estados Unidos. A medida prevê taxas de até 50% sobre produtos brasileiros – incluindo a carne bovina – a partir da próxima quarta-feira (06 de agosto). Analistas alertam que, caso seja efetivada, a cobrança pode gerar perdas bilionárias e forçar um redesenho completo das rotas comerciais.
Diante dessa perspectiva, empresas do segmento já estão estudando estratégias para mitigar os possíveis efeitos da barreira tarifária. Entre as ações consideradas estão a busca por novos mercados e a ampliação das vendas para destinos que têm demonstrado potencial de crescimento, especialmente na Ásia e na União Europeia. O setor também enxerga espaço para fortalecer a demanda interna, visando garantir maior estabilidade em um momento de incerteza no comércio internacional.
Com um primeiro semestre de resultados sólidos e perspectivas de desafios no curto prazo, Mato Grosso se mantém na liderança nacional da exportação de carne bovina, combinando produtividade e qualidade com a necessidade de constante adaptação diante de um cenário global em permanente transformação.