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Festival de Cinema de Cuiabá apresenta programação impactante e gratuita



Por Beatriz Saturnino 
Mais do que decolonizar a Amazônia, o 22º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá-Cinemato traz o retrato do Brasil, com produções de Norte a Sul, em filmes intensos que expressam a história e marcas de exploração, entre o passado e o presente. A rica curadoria releva cenários emergenciais que necessitam de políticas públicas atuantes que vai do meio ambiente da Amazônia e demais localidades brasileiras, ao social e suas lutas, e eclode todas as formas de preconceitos em diversos cantos do país. A programação de filmes com exibição gratuita no Teatro da UFMT se estende até domingo (20.07), e encerra com a revelação do “Prêmio Dira Paes”, entregue pela atriz que leva o nome da premiação, e do “Prêmio Coxiponé”, aos melhores filmes de curta e longa-metragem.
O 22º Festival de Cinema de Cuiabá, no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), estreou na segunda-feira (14) com o filme “Amazonas, o Maior Rio do Mundo”, do cineasta português Silvino Santos, homenageado desta 22ª edição, exibindo um impactante cenário de exploração nos anos de 1920, na Amazônia. Em preto e branco e sem áudio, o filme ganhou cor e vida sensorial com um espetáculo performático inédito que deixou a plateia admirada, apresentado pelo multiartista Henrique Santian e o músico Jhon Stuart, que compuseram uma trilha sonora exclusiva e única para o filme de 66 minutos.
A estreia também teve uma belíssima performance da bailarina Nasla Brandão, que trouxe movimento e expressão com um figurino indígena, antes da exibição do filme, onde trouxeram um aperitivo da riqueza de filmes a serem exibidos por diante, partindo da história de antepassados.
Cada dia está sendo uma surpresa ao público, com filmes em uma competitiva repleta de talentos e que será de difícil escolha aos juris de curta e longa-metragem, com programação disponível no www.festivalcinemato.com.br
PROGRAMAÇÃO
O tema do 22º CINEMATO é “Decolonizando a Amazônia” e traz 62 filmes, sendo 48 no Teatro da UFMT, com Cinema Escola, Sessão Melhor Idade, e Sessão Queimada, que será neste sábado (19), às 15h.
O Cinema Paradiso faz parte da Mostra Inclusiva levando filmes em Instituições ou comunidades, a pessoas que não podem ir até o evento e começou antes da programação oficial no Teatro da UFMT. Esteve no Abrigo Bom Jesus de Cuiabá (Lar dos Idosos), no Quilombo Lagoinha de Baixo (12.07), em Chapada dos Guimarães, e na Unidade 3 do Hospital Psiquiátrico Adalto Botelho (17.07).
No fim de semana segue com as sessões de Mostras Competitivas de Curtas e Longas. Na sexta (18): “Cobra Canoa (AM)”, com direção de Enio José de Oliveira Staub; “Marcos o Errante (BA”, de Thiago Brandão e “Coisa de Preto (SE)”, de Pâmela Peregrino. Após, “Mawê (AM)”, do diretor Jimy Christian Pessoa Maciel.
Sábado (19) traz o curta-metragem “O Último Varredor (MT)”, de Perseu Azul e Paulo Alípio, e o longas “Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta (RJ)”, de Marco Altberg e Tainá de Luccas, e “Serra das Almas (PE)”, de Lírio Ferreira (PE).
O Hors Concurs, com filmes premiados em outras edições e Festivais, começa na sexta-feira (18), a partir das 19h, com filmes de 2025: “60 anos depois (MT)”, com direção de Flávio Ferreira; e domingo (20), com início às 18h30, com os filmes “Peixe Morto (CE)”, de João Fontenele, ainda, “Gênesis Rap Projetc (MT)”, com direção de Abra Furgerson, encerrando com “Pasárgada (RJ)”, dirigido por Dira Paes.
Além das exibições, o Festival contou com Rodas de Conversa com realizadores dos filmes, mediadas pelos jornalistas Lorenzo Falcão e Lidiane Barros; “Seminário Decolonizando a Amazônia”, revelando o tema da edição, com os professores doutores Sávio Stoco e Giseli Gomes Dalla Nora. E oficinas de “Mentoria de Roteiro de Curta-metragem”, com atriz, diretora, roteirista e produtora, Izah Neiva, e de “Produção Executiva”, com a atriz, produtora audiovisual e contadora de histórias, Karla Martins;
JÚRI
O júri de curta-metragem está composto por Izah Neiva, atriz, diretora, roteirista e produtora, especialista, com pós-graduação e MBA em Cinema; Rodrigo Vargas, jornalista, fotógrafo e documentarista com 30 anos de atuação em Mato Grosso; Moacir Francisco de Sant’Ana Barros, professor do curso de Cinema e Audiovisual da UFMT, e Adriana de Andrade, antropóloga, diretora, produtora, montadora e continuísta profissional de cinema que atualmente é diretora de programas culturais na TV Senado.
De longa-metragem: Samantha Col Debella, Formada em Comunicação Social pela UFMT, pós-graduada em Cinema pela UCAM-RJ, especialista em Marketing pela HSM Edu-cação – SP, em História da Arte pelo Centro Universitário São Camilo – SP e em Realidades Digitais – Animação e Games pela FAAP – SP; Jairo Mattos, Ator de teatro, cinema e televisão e Palhaço; Amauri Tangará, Roteirista, dramaturgo, cineasta, diretor teatral, preparador de atores, provocador cultural, ator; e Guto Pasko, é sócio fundador da produtora GP7 CINEMA em 2001 na cidade de Curitiba/PR, da qual desenvolve sua carreira no audiovisual.
FILMES EM COMPETIÇÃO
Os longas da Mostra Competitiva são “Mawé”, de Jimmy Christian (AM), ficção que narra o conflito de uma jovem indígena entre os rituais de sua aldeia e a vida urbana; “Pedra Vermelha”, de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC), documentário que acompanha comunidades impactadas por megaprojetos no Sul do país; “Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta”, de Marco Altberg e Tainá de Luccas (RJ), que mergulha no pensamento cosmológico yanomami; “O Silêncio das Ostras”, de Marcos Pimentel (MG), um ensaio sensorial sobre luto e meio ambiente; “Concerto de Quintal”, de Juraci Júnior (RO), que transforma a música em instrumento de resistência e pertencimento; “Serra das Almas”, de Lírio Ferreira (PE), que revisita a poética sertaneja em uma obra  de ficção.
Já na Mostra de Curtas-Metragens, foram selecionados: “Maira Porongyta – o aviso do céu”, de Kujãesage Kaiabi (MT), “Albuesas”, de Glória Albues (MT), “Reagente”, de Bruno Bini (MT), “Cabeça de Boi”, de Lucas Zacarias (MG), “O Enegrecer de Iemanjá”, de Uê Puauet (PR), “Tapando Buracos”, de Pally e Laura Fragoso (AL), “Benção” (BA), “Dandara” (GO), “Coisa de Preto” de Pâmela Peregrino (SE), “Linda do Rosário” de Vladimir Seixas.  (RJ), “Marcos, o Errante” de Thiago Brandão (BA), “O Último Varredor” de Paulo Alípio e Perseu Azul (MT), “A Nave Que Nunca Pousa” de Ellen de Morais, (PB), “Arame Farpado” de Gustavo de Carvalho (SP), “Mãe” de João Monteiro (RS).
PREMIAÇÃO
Além das premiações de melhor longa-metragem pelo Juri oficial e Juri Popular, terão as premiações de melhor curta-metragem mato-grossense e nacional, respectivamente, ao Prêmio Coxiponé.
A atriz Dira Paes estará no palco para a entrega do prêmio que leva o nome da artista, para uma personagem feminina de destaque no audiovisual e em causas socioambientais.
SERVIÇO
 Com realização do Instituto INCA-Inclusão, Cidadania e Ação, patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), tem parceria com a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev – UMFT), Primeiro Plano Cinema e Vídeo e Canal Brasil.
Recebe o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretaria Municipal de Cultura, Cineclube Coxiponés -UFMT, Curso de Cinema e Audiovisual da UFMT, Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT), da Cinemateca Brasileira e da Sociedade Amigos da Cinemateca, que vão ceder parte do acervo de Silvino a ser exibido nesta edição. Bem como apoio cultural da TV Centro América, filial da Rede Globo em Mato Grosso.



FONTE