Haddad defende corte de R$ 15 bi em gastos tributأ،rios e aumento do IOF para fechar as contas | Brasil



O governo Lula estأ، comprometido em fechar brechas do planejamento tributأ،rio, minimizando as tentativas comuns para escapar da tributaأ§أ£o, afirma o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista exclusiva ao Valor. O polأ­tico tambأ©m defende “voltar e conversarâ€‌ com o Congresso para realizar os ajustes necessأ،rios no Orأ§amento e alcanأ§ar a meta fiscal do paأ­s. Ao Valor, Haddad reafirma que, para fechar as contas de 2025 e 2026, أ© necessأ،rio contar com as receitas a serem geradas pelo aumento do Imposto sobre Operaأ§أµes Financeiras (IOF), pela Medida Provisأ³ria (MP) 1.303/25, que visa modernizar a tributaأ§أ£o sobre investimentos financeiros e ativos virtuais — e de um corte de pelo menos R$ 15 bilhأµes em gastos tributأ،rios. O ministro tambأ©m diz que, originalmente, o governo queria cortar R$ 40 bilhأµes e abarcar todos os incentivos fiscais. No entanto, na reuniأ£o com a cأ؛pula do Congresso no أ؛ltimo dia 8 ficou claro que nأ£o haveria condiأ§أµes de avanأ§ar com essa proposta. A ideia sobre a mesa أ© cortar apenas os gastos tributأ،rios infraconstitucionais, por isso a cifra menor. “Se nأ³s tivermos o decreto do IOF e a MP que foi encaminhada, isso vai dar conforto para o Brasil. Nأ£o para o governo, mas para o Brasil executar o seu Orأ§amento sem prejudicar programas sociais, sem descontinuidade de polأ­ticas pأ؛blicas importantes para a populaأ§أ£o e, ao mesmo tempo que fazemos justiأ§a social, comprometidos com as metas que foram pactuadas atأ© aqui, com as metas fiscaisâ€‌, diz Haddad. Hأ، oito propostas de reduأ§أ£o de gastos primأ،rios enviadas pelo governo que aguardam apreciaأ§أ£o pelo Legislativo, entre elas a regulamentaأ§أ£o dos supersalأ،rios, previdأھncia dos militares e um aperto na concessأ£o do seguro-defeso. “Nأ³s encaminhamos, em seis meses, dez medidas. Sأ³ foram duas aprovadas. Sأ³ foi a polأ­tica de valorizaأ§أ£o do salأ،rio-mأ­nimo que foi revista. A questأ£o do abono constitucional foi revista. Outras oito nأ£o foram apreciadas ainda pelo Congressoâ€‌, comentou Haddad, que diz aguardar a “sensibilidade do Congresso, do que ele estأ، disposto a encarar do ponto de vista do debate pأ؛blico”. Ainda assim, o ministro nega a perspectiva de que o Legislativo esteja fechado para o diأ،logo e que aguarda o momento para “sentarmos e discutirmos quais sأ£o as condiأ§أµes polأ­ticas para nأ³s avanأ§armos. O Executivo estأ، aberto. A أ،rea econأ´mica vai participar do debate.â€‌ Sobre as declaraأ§أµes do presidente da Cأ¢mara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o governo tentava criar uma “polarizaأ§أ£o socialâ€‌, numa referأھncia ao discurso de pobres contra ricos adotado pelo PT, Haddad disse que a polarizaأ§أ£o “أ© concretaâ€‌ e afirmou que o governo nأ£o estأ، defendendo sأ³ os mais pobres, mas os 90% da populaأ§أ£o que pagam impostos. “Todo mundo paga imposto. Por que o morador da cobertura nأ£o paga? Nأ£o tem sentido o sistema tributأ،rio brasileiro. Ele أ© um dos mais criticados do mundo, primeiro por uma razأ£o, que ele era caأ³tico. Nأ³s resolvemos a parte mais caأ³tica, que era a questأ£o do imposto sobre consumo. Com a introduأ§أ£o do IVA, o caos vai acabar. Mas, segundo, porque ele أ© injusto. Ele أ© pouco progressivo, entأ£o nأ³s estamos corrigindo a parte da progressividade.â€‌ Questionado sobre a estratأ©gia do Banco Central (BC) de manter os juros elevados por um tempo prolongado para combater a inflaأ§أ£o, Haddad disse que estأ، ainda observando os movimentos da autoridade monetأ،ria. Acrescentou que a economia muda rapidamente e o Fed, banco central dos Estados Unidos, sinaliza corte nos juros, o que pode trazer uma surpresa positiva



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