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Influencer comandava ‘Bets’ ilegais e repassava milhões a facção criminosa, revela Polícia Civil



A Operação Ludus Sordidus, deflagrada na última semana pela Polícia Civil de Mato Grosso, revelou um intrincado esquema de apostas ilegais que envolvia o influenciador digital Dainey Aparecido da Costa, de 34 anos. Conhecido como “Playboy” ou “Deniz Bet”, Dainey é apontado como sócio e proprietário de plataformas de jogos de azar ilegais, cujos lucros eram divididos com lideranças de uma facção criminosa ativa em Cuiabá.
As investigações indicam que Dainey era parceiro da plataforma Gol Bet e dono da Campeão Bet. Ambas são descritas pela Polícia Civil como as “principais engrenagens financeiras” do esquema, em operação desde 2022. Os valores movimentados por essas plataformas são vultosos; somente a Campeão Bet, entre dezembro de 2023 e junho de 2024, registrou uma movimentação de mais de R$ 2,6 milhões, com indícios de saques em espécie incompatíveis com fontes de renda lícitas do investigado.
A apuração policial apontou que Dainey, juntamente com Ozia Rodrigues e Renan Curvo da Costa, operava as plataformas e organizava a distribuição dos ganhos ilícitos. Uma parcela significativa dos lucros, cerca de 10%, era destinada a Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, vulgo “Dandão”, “Véio” ou “Vovô”, identificado como a autoridade máxima da facção no bairro Osmar Cabral e adjacências. Outros integrantes da alta hierarquia da organização criminosa, como João Bosco (irmão de Sebastião) e Reginaldo Miranda, também recebiam parte dos valores. Os sócios, incluindo Dainey, ficavam com 30% dos lucros.
A divisão de tarefas no esquema era clara: o trio responsável pelas plataformas cuidava das decisões estratégicas, fechamento semanal de lucros, contratação de subgerentes e cambistas, e até mesmo ações de marketing e patrocínio de eventos esportivos e comunitários para legitimar a atuação. Segundo a Polícia Civil, Dainey era uma “figura central na coordenação da exploração ilegal de jogos de apostas”.
A Operação Ludus Sordidus teve seu início em dezembro de 2023, após um incidente no bairro Jardim Liberdade, onde integrantes da facção criminosa interromperam uma reunião comunitária sob ameaças, em uma demonstração de poder que a Polícia Civil interpretou como politicamente motivada, dada a presença de um secretário de Estado e a pré-candidatura de um familiar de um dos investigados. Este evento catalisou a instauração de um inquérito que, ao avançar, revelou a estrutura da facção e suas ramificações em crimes como o de exploração de jogos de azar.
Dainey Aparecido da Costa já se encontrava preso desde fevereiro por tráfico, e Sebastião Lauze Queiroz de Amorim está em prisão domiciliar. A operação reforça o combate da Polícia Civil às organizações criminosas e suas fontes de financiamento ilícitas.



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