A jovem Joycelaine Almeida, de 30 anos, é acusada de comandar o esquema logístico do suposto grupo criminoso liderado por seu irmão, o advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida. Os dois foram presos na Operação Conducto, deflagrada nesta terça-feira (2) pela Polícia Civil.
Irmã do líder da organização criminosa, que era responsável por receber, conferir e, posteriormente, fazer a distribuição
Segundo a delegada Bruna Laet, Joycelaine era responsável por receber, armazenar e distribuir as drogas e armas traficadas pelo grupo, conforme as ordens do irmão. Douglas envolveu ainda outros membros da família, também alvos da operação. Conforme as investigações, os suspeitos teriam movimentado R$ 100 milhões entre 2023 e 2025.
“O líder dessa organização, que é um morador de Várzea Grande, envolveu, de certa forma, toda sua família, esposa, irmã, cunhada, irmão, mãe. Era um núcleo financeiro dessa organização, junto com outras pessoas. E as movimentações eram feitas por meio deles, em múltiplas transações financeiras”, disse a delegada.
As drogas, armas e munições eram transportadas de Cáceres a Cuiabá por meio de vans com compartimentos secretos.
“Quando chegavam em Várzea Grande havia uma pessoa, que era irmã do líder da organização criminosa, que era responsável por receber, conferir e, posteriormente, fazer a distribuição de acordo com o que era determinado pelo líder”, explicou a delegada.
Além de Douglas e Joycelaine, foram presos Francimeire Correia de Mesquita e Joabe Almeida, esposa e irmão do advogado, além de uma cunhada que não teve o nome divulgado.
A mãe do advogado, que também não teve o nome divulgado pela Polícia, é investigada no esquema, mas não foi alvo de mandado de prisão.
Reprodução
Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, advogado apontado como líder de organização
Segundo a Polícia, as movimentações financeiras eram feitas por meio de oito empresas, sendo algumas delas apenas de fachada, criadas exclusivamente para a lavagem de dinheiro.
Em plena luz do dia
A facção criminosa, segundo a delegada, utilizava locais públicos de Várzea Grande para realizar as entregas de drogas e armas, muitas vezes em plena luz do dia.
Entre os locais públicos estão o estacionamento de um supermercado na região central de Várzea Grande, distribuidoras de bebidas e até pontos de ônibus. A delegada revelou que, em certa ocasião, foram entregues 66 kg de entorpecentes no estacionamento do supermercado.
“Foram recebidos aqui na região metropolitana cerca de duas toneladas de drogas. Era cerca de um carregamento de 150 quilos por semana. Isso, no total, analisando a quantidade de droga, equivale a um valor de R$ 45 milhões em menos de quatro meses”, disse.
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