Início GERAL Justiça aceita denúncia contra 18 envolvidos em megaesquema de lavagem de dinheiro...

Justiça aceita denúncia contra 18 envolvidos em megaesquema de lavagem de dinheiro em Cuiabá



A Justiça de Mato Grosso aceitou, nesta quinta-feira (9), a denúncia apresentada pela 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá contra 18 indivíduos por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os acusados são peças-chave em um sofisticado esquema que visava ocultar e dissimular a origem ilícita de valores provenientes do tráfico de drogas e outros crimes graves, revelado pela Operação Datar, deflagrada em agosto pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc).
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os réus se associaram de forma estável e permanente para praticar reiteradamente o crime de lavagem de dinheiro. O esquema envolvia transações financeiras estruturadas, fracionadas e sem causa econômica legítima, utilizando familiares, empresas de fachada e “laranjas” para conferir uma aparência de legalidade aos recursos obtidos ilegalmente.
A investigação revelou a impressionante movimentação de mais de R$ 185 milhões em operações bancárias atípicas e incompatíveis com os rendimentos declarados por quatro dos denunciados e uma empresa, no período entre 2015 e 2023. Parte dos réus já possuía histórico criminal, com condenações anteriores por tráfico de drogas, associação para o tráfico, contrabando e moeda falsa, indicando a reincidência e profissionalização da atividade criminosa.
O promotor de Justiça Carlos Roberto Zarour Cesar destacou a robustez das provas. “Restou amplamente demonstrado que os denunciados atuaram de forma organizada, estável e reiterada, valendo-se de estruturas empresariais fictícias, pessoas interpostas e operações financeiras complexas, com o objetivo de ocultar e dissimular valores de origem ilícita. O grau de sofisticação das práticas adotadas, somado à extensão territorial das transações e à multiplicidade de agentes envolvidos, revela a existência de um esquema criminoso profissionalizado, caracterizado pela reincidência e continuidade delitiva”, afirmou Cesar.
A estrutura da organização criminosa, segundo o MPMT, era composta por dois núcleos interligados: um central, responsável pela operacionalização do esquema de lavagem, e um colaborador, formado por familiares e pessoas próximas que emprestavam nomes e contas bancárias para a ocultação dos bens.
Além da condenação dos réus, o Ministério Público requereu o perdimento de bens e valores obtidos com os crimes, totalizando R$ 32.218.077,63. Esse montante inclui dinheiro bloqueado em contas e investimentos, espécie, bens móveis e imóveis apreendidos ou sequestrados, que deverão ser atualizados com juros e correção monetária.
Sobre a Operação Datar
A Operação Datar foi deflagrada em agosto pela Denarc, com o objetivo de desarticular esse complexo esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de entorpecentes. A investigação identificou movimentações financeiras milionárias envolvendo alvos não apenas em Cuiabá e Primavera do Leste, mas também nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, demonstrando a abrangência e a ramificação da rede criminosa.



FONTE