Mato Grosso apresenta um dos melhores cenários de distribuição de renda no Brasil, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, divulgada na quinta-feira (8.5). O estado registrou o segundo menor índice de Gini do país, com 0,442, ficando atrás apenas de Santa Catarina (0,431). Esse indicador mede a concentração de renda, e quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade. A média nacional em 2024 foi de 0,506, o menor nível desde o início da série histórica em 2012.
Além disso, Mato Grosso ocupa a 7ª posição entre os maiores rendimentos médios mensais domiciliares per capita, com R$ 2.235, valor acima da média nacional (R$ 2.020). Esse rendimento considera o total de recursos recebidos por todos os moradores de um domicílio, dividido pelo número de pessoas, e inclui salários, aposentadorias e pensões, rendas de aluguel e benefícios sociais.
Força do mercado de trabalho
Um dos fatores que impulsionam a economia do estado é a forte participação do trabalho na composição da renda domiciliar. Na região Centro-Oeste, 79,4% da renda domiciliar provém do trabalho, a maior proporção do país. Em contrapartida, apenas 2,6% da renda domiciliar na região têm origem em programas sociais, como o Bolsa Família, um índice bem abaixo das regiões Norte (8,2%) e Nordeste (9,4%).
Mato Grosso também se destaca por estar entre os 10 estados com menor dependência do Bolsa Família: apenas 13,7% dos domicílios têm beneficiários do programa, frente a uma média nacional de 18,7%. Em comparação, esse percentual é de 41,3% no Maranhão e de 4,4% em Santa Catarina.
Melhora no poder de compra
O levantamento do IBGE revela ainda que os 40% da população mato-grossense com menor rendimento recebiam R$ 824 por pessoa no domicílio, o 5º mais alto do país, atrás apenas de Santa Catarina (R$ 997), Rio Grande do Sul (R$ 892), São Paulo (R$ 839) e Paraná (R$ 826). A média nacional foi de R$ 601. Esse é o maior valor registrado para esse grupo desde o início da série do IBGE, o que reflete uma melhora no poder de compra das famílias de menor renda.
A razão entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres no estado é menor do que a média nacional (13,4 vezes), refletindo um avanço no equilíbrio econômico. Em 2024, o rendimento do 1% mais rico no Brasil foi 36,2 vezes maior que o dos 40% mais pobres, uma redução em relação a 2023 (39,2 vezes) e distante do pico histórico de 48,9 vezes em 2019.
Políticas públicas e desenvolvimento
Para o secretário adjunto de Indústria, Comércio e Incentivos Programáticos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Anderson Lombardi, o desempenho de Mato Grosso nesses indicadores reforça sua posição entre os estados com melhor distribuição de renda, maior participação do trabalho como fonte de renda e menor dependência de programas assistenciais.
“Mato Grosso vive um momento de crescimento sólido e sustentável, reflexo de políticas públicas que têm foco na geração de empregos, estímulo ao empreendedorismo e inclusão produtiva. Isso é resultado direto de um trabalho consistente do Governo do Estado, que investe na atração de novos negócios, desburocratização, capacitação profissional e no fortalecimento da nossa indústria, comércio e setor de serviços”, afirma Lombardi.
O secretário adjunto destaca ainda a importância do trabalho como forma de inclusão social e o incentivo ao empreendedorismo como elementos-chave para o desenvolvimento do estado. “Quando essa oportunidade vem acompanhada de incentivo ao empreendedorismo, com crédito facilitado, capacitação e apoio técnico, criamos um ambiente onde o pequeno negócio também prospera e gera ainda mais oportunidades. É isso que temos feito em Mato Grosso: promover desenvolvimento com responsabilidade social. Seguiremos trabalhando para manter nosso estado entre os melhores do Brasil em indicadores econômicos e sociais”.