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Petrobras reduz preço da gasolina em 4,9%, mas consumidor não deve ser beneficiado



A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20.10) mais uma redução no preço da gasolina vendida às distribuidoras: queda de 4,9%, elevando o acumulado de 2025 para duas diminuições consecutivas e um recuo total de 10,3% desde janeiro.
O litro do combustível puro sai das refinarias por R$ 2,71, valor que começa a vigorar já na terça-feira (21). No papel, a queda representa potencial alívio sobre a inflação, já que a gasolina é o produto de maior peso no IPCA.
Na prática, porém, especialistas e entidades de defesa do consumidor destacam que as chances desse desconto chegar, de fato, ao consumidor final continuam reduzidas.
O motivo está na estrutura do setor: desde o desmonte da rede de postos Petrobras, privatizada em duas etapas, entre 2017 e 2021, a estatal perdeu o principal instrumento de controle e referência nos preços praticados nas bombas de todo o país. A privatização da rede tirou da estatal o poder de regular repasses e estimular concorrência saudável entre revendedores.
Hoje, o preço que chega ao motorista é impactado por uma cadeia extensa: distribuição, mistura de etanol, logística, tributos estaduais e, principalmente, margens de lucro dos postos, que, diante de um cenário sem concorrência orientada pelas bandeiras Petrobras, tendem a segurar parte das reduções. Essas margens se ampliaram nos últimos anos, beneficiando as revendas, mas mantendo o consumidor distante do preço de refinaria.
Segundo especialistas do setor, reduções promovidas pela Petrobras passaram a servir mais para aumentar o lucro dos postos do que para aliviar o custo do abastecimento. Sem um mecanismo público de acompanhamento e repasse obrigatório, cada centavo a menos nas refinarias vira, para o consumidor, apenas uma promessa.
O diesel, que também teve cortes desde março, soma recuo de quase 36% desde o fim de 2022. Nos postos, contudo, os impactos são igualmente diluídos pela estrutura de comercialização e ausência de controle estatal nos preços finais.



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