O secretário de estado de Segurança Pública, coronel César Roveri, afirmou que somente no primeiro semestre deste ano a Polícia Civil já atendeu 19 mil mulheres em situação de violência no estado.
Não é um problema só de segurança pública, a sociedade como um todo tem que buscar soluções
O número é preocupante e acompanha outro dado. Mato Grosso lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de feminicídios, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que analisou o ano de 2024.
“A Polícia Civil atendeu quase 19 mil mulheres somente no primeiro semestre desse ano. Então mostra que nós estamos fazendo muito atendimento, muita defesa, muito acolhimento às mulheres, mas infelizmente ainda acontece esse tipo de crime covarde”, afirmou o secretário.
Os dados citados por Roveri são do sistema Geia, um banco de informações das polícias do Estado.
Segundo o secretário, o que está dificultando abaixar o número de feminicídios é que a imensa maioria deles ocorre dentro da própria casa da vítima. Por isso, ele acredita que seja um problema além da segurança pública e que o “remédio” tem que ser buscado por toda sociedade.
“Os dados estatísticos mostram que quase 80% dos feminicídios são cometidos dentro das residências, dentro do lar. Isso cabe conscientização e o Governo também está fazendo parte dessa conscientização”, disse.
“Não é um problema só de segurança pública. A sociedade como um todo tem que buscar soluções. Nós não temos segurança pública dentro de cada lar. Acho que a segurança pública tem que continuar atuando, mas nós temos que buscar soluções em conjunto”, completou.
A entrevista foi dada na sexta-feira (25) no Palácio Paiaguás. No mesmo evento, o governador Mauro Mendes (União) também demonstrou preocupação com os números.
“Nós temos que ter vergonha, sim, disso. Tudo que é possível fazer, o Governo de Mato Grosso vai fazer. Nós temos feito muita coisa, mas não pouparei nenhum esforço”, disse o governador.
Mato Grosso registrou 47 feminicídios em 2024, o que representa uma taxa de 2,5 assassinatos para cada grupo de 100 mil — a mais alta do país.
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