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Polícia Civil e Mapa apreendem mais de 7 mil garrafas de whisky suspeitas em Várzea Grande 



Uma operação conjunta da Polícia Civil de Mato Grosso e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) resultou na retenção de mais de 7 mil garrafas de whisky em uma distribuidora de Várzea Grande nesta quinta-feira (23.10). A ação ocorre em meio a investigações sobre suspeitas de adulteração e falsificação de bebidas alcoólicas no interior do estado, que já resultaram em casos de intoxicação e um caso confirmado de contaminação por metanol.
A fiscalização na distribuidora, localizada na região metropolitana de Cuiabá, foi coordenada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e contou com o apoio de agentes do Mapa, da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal de Várzea Grande, e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). O local foi apontado por comerciantes de diversas cidades do Araguaia como o principal fornecedor de bebidas para os supermercados onde os produtos adulterados foram encontrados.
O Início da Investigação: Intoxicações e Apreensões no Interior
A complexa teia de investigações teve início após a Polícia Civil ser acionada pela Vigilância Sanitária. Denúncias indicavam que várias pessoas na região do Araguaia passaram mal, com sintomas graves, após ingerir bebidas alcoólicas nos dias 11 e 14 de outubro. Um dos casos é particularmente preocupante: uma vítima está internada em Goiânia (GO) com forte suspeita de intoxicação por metanol, uma substância tóxica que pode causar cegueira e morte.
Diante dos alertas, as Delegacias de Água Boa, Nova Xavantina e Barra do Garças agiram rapidamente entre quarta e quinta-feira (22 e 23.10), realizando fiscalizações em supermercados e apreendendo diversas garrafas de whisky com indícios de adulteração ou falsificação. Os representantes desses estabelecimentos, ao serem questionados, apontaram unanimemente a distribuidora de Várzea Grande como a origem das bebidas.
Retenção e Análise de Lotes Suspeitos
Na operação em Várzea Grande, os investigadores focaram nas marcas de whisky associadas aos casos de intoxicação. O delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, explicou a medida cautelar: “Ainda não há confirmação de que se trata de uma falsificação. No entanto, o material está sendo retido por ser da marca consumida em Água Boa e haver uma divergência entre o número de lote da caixa e o das garrafas. Mas a retenção, neste momento, é uma retirada de mercado, até que a investigação seja concluída.”
A divergência nos números de lote é um forte indicativo de irregularidade, o que levou à imediata retirada do produto do mercado para análise e para evitar que mais consumidores sejam expostos a riscos.
Primeiro Caso de Metanol Confirmado em MT
A gravidade da situação foi ainda mais evidenciada nesta quarta-feira (22.10) com a confirmação do primeiro caso de contaminação por metanol em bebidas no estado. Um jovem de 24 anos, morador de Várzea Grande, apresentou sintomas severos, como visão turva, confusão mental, dor abdominal e vômitos, após consumir uma bebida alcoólica de procedência duvidosa. Embora não corra risco de morte, o jovem sofreu lesão ocular irreversível, uma das complicações mais sérias da intoxicação por metanol. Este caso também está sendo investigado pela Decon.
As autoridades reforçam a importância de que a população esteja atenta à origem das bebidas alcoólicas, evite produtos com preços muito abaixo do mercado e denuncie qualquer suspeita de irregularidade para as autoridades competentes. As investigações prosseguem para identificar a extensão da adulteração e responsabilizar os envolvidos.



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