A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta segunda-feira (03.11) a Operação Sacramento, que resultou na prisão de um policial penal, também identificado como pastor, e na investigação de outro servidor. O principal alvo da operação é suspeito de corrupção passiva, facilitação de entrada de aparelho celular em estabelecimento prisional e comércio irregular de armas de fogo e munições, crimes que teriam sido cometidos enquanto estava lotado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pontes e Lacerda.
Foram cumpridas seis ordens judiciais, sendo quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Pontes e Lacerda, direcionados ao policial penal principal. Em Cuiabá, um mandado de busca e apreensão foi executado na residência de outro policial penal, que também está sob investigação.
A Corregedoria Geral da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) acompanha de perto a operação, deflagrada pela Delegacia Regional da Polícia Civil em Pontes e Lacerda, e já instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta dos dois servidores envolvidos.
Facilitação de celular e corrupção passiva
Segundo o delegado Gabriel Chadud, responsável pela investigação, as apurações indicam que o policial penal preso facilitou ativamente a entrada de um aparelho celular no CDP de Pontes e Lacerda, mediante pagamento.
“Ele teve contato com pessoas de fora, que tinham interesse na entrada de um celular para um preso específico, negociou, recebeu o dinheiro, intermediou e confirmou a entrada no aparelho no estabelecimento, ou por ele, ou por alguém ligado a ele”, detalhou o delegado Chadud.
Não é a primeira vez que o servidor se encontra na mira da Polícia Civil. Ele já havia sido preso em março deste ano, durante a Operação Assepsia, que investigava a venda de acesso à internet no mesmo CDP. Desde então, estava afastado do cargo e utilizava tornozeleira eletrônica. A Operação Sacramento é um desdobramento, fruto da análise de elementos coletados na ação anterior.
Comércio ilegal de armas e munições
Além da corrupção e da facilitação de entrada de celular, o policial penal também é investigado por envolvimento no comércio irregular de armas de fogo e munições. O outro alvo da busca e apreensão em Cuiabá estaria ligado a essa vertente da investigação.
“Ele negocia com pessoas da cidade valores, calibres, modelos, pagamentos, transportes, envio e recebimento de armas e munições de calibres permitidos e restritos, munições de fuzil, pistola, revólver”, afirmou o delegado Gabriel Chadud. As investigações sugerem que o policial penal de Cuiabá pode ser um dos fornecedores de armas e munições para o colega de Pontes e Lacerda.
O nome da operação, “Sacramento”, foi escolhido em referência ao fato de o investigado principal ser, além de policial penal, também pastor.
