O presidente da CPI mista do Congresso sobre desvios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), senador Carlos Viana (Podemos-MG), cancelou a reunião da comissão prevista para esta segunda-feira (15) diante da decisão de Antonio Carlos Camilo Antunes de não comparecer ao colegiado.
De acordo com Viana, a defesa de Antunes – conhecido como “Careca do INSS” – comunicou à CPI na manhã desta segunda que ele não participaria da oitiva.
No sábado (13), o ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que investigados não são obrigados a prestar depoimento à CPI do INSS. O advogado de Antunes já havia antecipado no final de semana que, amparado pela decisão, seu cliente não iria ao Congresso.
Outro depoimento previsto para a semana é o de Maurício Camisotti. A tendência é que ele também falte, apurou a reportagem.
Antunes é apontado como operador do esquema – o que sua defesa nega. A CPI esperava engrenar com o depoimento desta segunda, depois de possíveis alvos da investigação participarem das primeiras oitivas e apresentarem poucas novidades.
Ele e Camisotti foram presos na sexta-feira (12) por ordem de Mendonça. A comissão solicitou ao ministro que a participação deles fosse mantida mesmo assim, mas ele rejeitou esse pedido e respondeu que os investigados podem optar por faltar à oitiva, de acordo com o senador Viana. O processo corre sob sigilo de Justiça.
Em nota, o parlamentar lamentou a ausência. “Perdemos a oportunidade de ouvir hoje um dos principais investigados no escândalo que desviou recursos dos aposentados. É lamentável, mas a comissão seguirá trabalhando para que a verdade venha à tona e os culpados sejam responsabilizados”, disse.