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“Tesla Takedown”: Movimento global convoca boicote a Elon Musk



O maior terremoto a atingir Mianmar em décadas, ocorrido na sexta-feira (28), pode ter um saldo trágico de dezenas de milhares de mortos, segundo especialistas que se baseiam em modelagens de desastres.
O último balanço divulgado pela junta no poder em Mianmar, neste sábado (29), aponta para mais de 1.000 mortos e mais de 2.000 feridos. No entanto, a análise do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) estima uma probabilidade de 35% de que o número de vítimas esteja na faixa de 10.000 a 100.000 pessoas.
O USGS também alerta que o custo financeiro do desastre pode chegar a dezenas de bilhões de dólares, superando o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Fenda perigosa e terremoto destrutivo
O professor de geofísica e riscos climáticos do University College London (UCL), Bill McGuire, descreveu o evento como “provavelmente o maior terremoto a atingir Mianmar em 3/4 de século”. Uma réplica de magnitude 6,7 ocorreu minutos após o primeiro tremor, e McGuire alerta para a possibilidade de novas réplicas.
A especialista em tectônica do Imperial College London, Rebecca Bell, explica que o terremoto foi causado por um movimento de deslizamento lateral na falha de Sagaing, onde a placa tectônica indiana encontra a placa de Sunda. Essa falha é comparável à falha de San Andreas, na Califórnia, em termos de tamanho e movimento.
“A falha de Sagaing é muito longa, com 1.200 km, e muito reta”, explica Bell. “A natureza retilínea faz com que os terremotos possam ocorrer em vastas áreas – e quanto maior a área da falha que desliza, mais forte o terremoto.”
Terremotos rasos como este tendem a ser “particularmente destrutivos”, pois a energia sísmica se dissipa ao atingir áreas povoadas, causando “muitos tremores na superfície”.
Boom da construção e normas de segurança precárias
Mianmar é frequentemente atingido por terremotos, mas o “boom na construção de edifícios altos de concreto armado” nas últimas décadas, aliado ao baixo nível de aplicação das normas de construção anti-sísmicas, torna a situação ainda mais preocupante.
“Este [de sexta-feira] é o primeiro teste das infraestruturas modernas de Mianmar frente a um terremoto de grande magnitude e raso perto de suas principais cidades”, afirma Ian Watkinson, do Departamento de Ciências da Terra da Royal Holloway, Universidade de Londres.
O sismólogo do Instituto Geológico de Londres (BGS), Brian Baptie, estima que pelo menos 2,8 milhões de pessoas estavam em áreas severamente afetadas, onde a maioria vive em edifícios “construídos em madeira e alvenaria de tijolos não reforçados”, vulneráveis aos tremores sísmicos.
Responsabilidade governamental e colapso em Bangkok
Especialistas como Ilan Kelman, da Universidade College London, ressaltam que “os governos são responsáveis pela regulamentação do planejamento e das normas de construção”. O desastre em Mianmar “destaca o que os governos de Mianmar não conseguiram fazer bem antes do terremoto, e o que teria salvado vidas durante os tremores.”
Fortes tremores também foram sentidos em países vizinhos, como a Tailândia, onde um arranha-céu em construção desabou em Bangkok, aprisionando dezenas de trabalhadores. Christian Malaga-Chuquitaype, do Imperial College de Londres, explica que a natureza do solo em Bangkok e técnicas de construção inadequadas podem ter contribuído para o colapso.
O especialista Roberto Gentile, da Universidade College London, alerta que o “colapso espetacular” da torre em Bangkok implica que “outros edifícios altos da cidade podem precisar de uma avaliação mais aprofundada”.
 



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