O empresário Gabriel Tacca é um dos alvos da Operação Inimigo Íntimo e apontado pela Polícia Civil como mandante da morte do amigo, Ivan Michel Bonotto, de 35 anos. O crime, conforme as investigações, teria motivação passional, depois que Gabriel descobriu um relacionamento amoroso entre Ivan e sua esposa, a médica Sabrina Iara.
Gabriel foi preso e sua esposa alvo de mandado de busca e apreensão. Além do casal, o suposto executor da vítima também foi alvo de mandado de prisão. Ao todo foram cumpridos cinco ordens judiciais, sendo dois mandados de prisão temporária e três de busca e apreensão, pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual.
Ivan foi morto a facadas na madrugada de 22 de março, na distribuidora de bebidas de Gabriel, localizada no bairro Residencial Village. À época do crime, o empresário e o autor das facadas, tentaram simular uma “briga de bar”, segundo acusa a Polícia Civil.
Gabriel foi ouvido pela Polícia e alegou que havia sido uma briga em razão de desentendimento por consumo de álcool e que não conhecia e nem tinha relação com nenhuma parte, nem com a vítima e nem com o autor das facadas.
Já o autor das facadas se apresentou espontaneamente na delegacia, também apresentando a versão de uma briga no bar e alegou ter agido em legítima defesa.
Ivan foi hospitalizado, chegou a apresentar um quadro de melhora, mas morreu no dia 13 abril, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
A investigação
A Polícia levantou evidências de que as versões dos envolvidos eram falsas e que, na verdade, a vítima era amigo pessoal de Gabriel, além de também manter um relacionamento amoroso com Sabrina.
Gabriel, segundo a Polícia, depois que descobriu sobre o caso contratou um homem para executar a vítima em sua distribuidora, simulando uma briga no estabelecimento.
As imagens de câmeras de segurança mostraram que na verdade o suspeito atraiu o amigo até o local, onde a vítima foi atacada pelas costas e esfaqueada de surpresa.
A vítima, moradora da cidade de Tapurah, sempre que ia para Sorriso se hospedava na residência do casal, tendo um forte vínculo de amizade e diversos registros de momentos de intimidade com os mandantes do seu homicídio.
Fraude processual
Sabrina é investigada por fraude processual uma vez que, apenas quatro minutos após Ivan dar entrada no hospital, ela chegou à unidade de saúde se apresentando como “amiga” do paciente. A intenção dela, no entanto, era pegar o seu celular e apagar evidências da ligação do casal com a vítima.
No período em que esteve com o celular da vítima, diz a Polícia, a médica teria apagado mensagens, fotos e até mesmo um vídeo que a vítima tinha feito do seu executor.
Somente após três dias com o aparelho, a investigada entregou o celular à família da vítima e disse que havia apagado alguns arquivos com o fim de proteger a vítima.
“As investigações apontaram que a médica foi mentora da fraude processual e que após o crime, cometeu uma série de atos com o fim de esconder da Polícia a realidade dos fatos”, explicou o delegado Bruno França, que está à frente da investigação.