Os líderes de facção criminosa foragidos de presídios de Mato Grosso, que foram presos em Copacabana, no Rio de Janeiro, foram identificados como Bruno Ojeda Amorim, André Valber Alves de Macedo Nunes Silva e Alexsandro Santiago da Cruz. A detenção ocorreu no domingo (24), pela Polícia carioca.
A prisão se deu através de informações trocadas entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Gerência Estadual de Polinter e Capturas de Mato Grosso, que localizou o trio escondido em um apart-hotel no bairro nobre carioca.
Bruno Amorim, de 29 anos, é condenado a mais de 37 anos de reclusão. Ele fugiu da Cadeia Pública de Nova Mutum e possui ficha criminal por roubo, ameaça, associação e tráfico de drogas, facilitação de menores, desacato e posse de arma de fogo.
André Silva, de 32 anos, era foragido da Gerência de Custódia, em Cuiabá, e possui antecedentes criminais por roubo, ameaça, furto, tráfico de drogas, homicídio doloso e lesão corporal.
Já Alexsandro da Cruz, de 38 anos, era foragido da Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis, e responde por posse de arma de fogo e roubo.
Fuga em “festinha no presídio”
Em fevereiro de 2015, Bruno Amorim foi o mentor intelectual da fuga de 27 detentos da Cadeia Pública de Nova Mutum. Na ocasião, dois agentes prisionais foram dopados por duas mulheres com medicamentos misturados a bebidas alcoólicas. Quando foram acordados, um dos servidores estava sem camisa e o outro, sem as calças.
Uma das suspeitas foi identificada como a então namorada de Bruno. Após dopar os agentes penitenciários, as mulheres entraram na cadeia e liberaram os detentos. A delegada responsável pelo caso na época, Angelina de Andrade Ferreira, revelou que o episódio era pra ser um tipo de “festa” no presídio.
As mulheres, que foram filmadas pelas câmeras do circuito de segurança da unidade prisional, foram detidas dias depois. Ainda conforme Angelina Ferreira, a substância consumida pelos servidores foi tão forte que um deles só acordou mais de 10 horas depois da fuga, por volta das 17h.
Os agentes penitenciários, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos e encaminhados para o “cadeião” de Santo Antônio de Leverger (27 km ao Sul da Capital). Por causa da irregularidade, o diretor da unidade também foi preso, por facilitação de fuga.“Elas disseram que queriam conversar, bater um papo, tomar uma ‘coisinha’, e eles as convidaram para entrar. Aí, uma foi para sala com um dos agentes e a outra ficou no alojamento com o outro servidor. Elas forneceram um uísque já preparado com alguma substância e eles tomaram e dormiram”, disse a delegada.
Quebraram celulares
No momento da abordagem, conforme a Polícia, os suspeitos danificaram seus celulares, jogando os aparelhos no chão. Uma caminhonete Toyota Hilux, com placa de Mato Grosso, que estava em posse do trio, foi apreendida. Um dos criminosos ainda fazia uso de documento de identidade falso.
Depois de presos, os três homens foram encaminhados à 12ª DP de Copacabana, e permanecerão à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia e posterior recambiamento para Mato Grosso.
A delegada titular da Polinter, Silvia Pauluzi de Siqueira, destacou que a Polícia Civil do Estado de Mato Grosso vem intensificando o monitoramento para a recaptura de foragidos, reforçando o compromisso da instituição com a segurança pública.
“A operação integra as ações do Programa Tolerância Zero às Facções Criminosas, do Governo do Estado de Mato Grosso, evidenciando o empenho da Polícia Civil no enfrentamento à criminalidade”, disse.
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