Início GERAL Vereador atuava como clínico geral e tinha salário de R$ 28 mil

Vereador atuava como clínico geral e tinha salário de R$ 28 mil



O médico e vereador de Canarana, Thiago Bitencourt Ianches Barbosa, de 40 anos, preso neste sábado (31) suspeito de abusar sexualmente de uma criança de dois anos e de duas adolescentes, era clínico geral em uma PSF (Unidade de Saúde da Família) da cidade, com um salário de R$ 28.911,95. 

Há indícios de que o suspeito se valia da sua posição como médico para ter acesso e se aproximar das vítimas

 
Ele é servidor efetivo do Município desde 23 de dezembro de 2014. 
 
Natural de Rondonópolis, Thiago é formado em Medicina pela Universidade de Cuiabá desde 2009 e não consta no CFM (Cadastro Federal de Medicina) nenhuma especialidade. 
 
Os dados salariais do médico estão no Portal Transparência do Município e seu nome consta em algumas escalas de plantão na atenção básica de saúde. A carga horária é de 200 horas mensais. 

 
Thiago está no segundo mandato como vereador e foi reeleito, em 2024, com 509 votos. Nas redes sociais, ele se diz bolsonarista, critica o Governo Federal, o STF e a gestão municipal. 
 
A Câmara Municipal de Canarana emitiu uma nota afirmando que “acompanha de perto os fatos envolvendo o vereador” e que aguarda os “esclarecimentos do fato”. 
 
“O Poder Legislativo repudia os supostos crimes atribuídos ao vereador, e aguarda o resultado da investigação, que corre sob sigilo, e que deverá seguir as garantias constitucionais e as normas legais”, diz trecho da nota. 
 
O documento também informa que, como prevê a Lei Orgânica do Município Art. 39, §4°, o vereador foi afastado dos trabalhos no Legislativo. 
 
Sindicância 
 
O CRM-MT (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso) disse ter aberto uma sindicância para apurar a conduta do médico, que é suspeito de abuso sexual infantil e de armazenar e divulgar material pornográfico envolvendo crianças e e adolescentes. 
 
“Apenas após a conclusão da sindicância é que haverá, ou não, a abertura de um processo ético contra o referido profissional”, diz trecho da nota.
 
A sindicância é um procedimento administrativo para apurar irregularidades ou infrações. 
 
O caso
 
Thiago foi preso neste sábado (31) após uma denúncia do pai de uma das vítimas. 
 
Durante o cumprimento das buscas, realizadas na casa e consultório do médico, a Polícia apreendeu “farto material relacionado a crimes de pedofilia”, disse o delegado Flávio Leonardo Santana, que investiga o caso.
 
Segundo Santana, as investigações revelaram que o suspeito mantinha relações sexuais com uma adolescente, tratando-a como “escrava sexual”. Há indícios de que ele a usava para abusar da criança de 2 anos.  
 
Outra adolescente, hoje com 15 anos, teria sido abusada sexualmente pelo médico desde que tinha 12 anos. 
“Há indícios de que o suspeito se valia da sua posição como médico para ter acesso e se aproximar das vítimas, principalmente em situação de vulnerabilidade”, disse o delegado.
 
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